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SAÚDE
Articulação das redes será principal benefício, diz secretário
Prefeitura comandará hospitais do Estado a partir do próximo mês
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de 1º de agosto a Prefeitura de São Paulo passa a comandar também os 30 hospitais do
governo do Estado e 26 hospitais
privados que atendem pelo SUS
(Sistema Único de Saúde). Sua
função será coordenar a rede, dar
diretrizes, articular os serviços,
planejar ações e fiscalizar.
A prefeitura controlará todas as
vagas das unidades, além das de
seus 14 hospitais.
Caso um munícipe seja mal
atendido em uma unidade do Estado, em última instância o problema será também da prefeitura.
"Gestão significa ser responsável
pelo resultado", diz o secretário
municipal da Saúde, Gonzalo Vecina. A articulação das redes será
um dos principais benefícios, diz.
O município, no entanto, abandonou um projeto mais ambicioso, que iria além da gestão: a gerência das unidades estaduais,
que significaria administrar diretamente esses órgãos -como
ocorreu com os postos de saúde
do Estado. A prefeitura controlaria todo o dinheiro repassado a
elas. Poderia trocar dirigentes de
hospitais, por exemplo, por funcionários de confiança da administração petista. Isso poderia trazer mais harmonia ao sistema.
A passagem da rede estadual de
cerca de 200 postos de saúde,
ocorrida no ano passado, gerou
tensão entre o governo do Estado,
tucano, e a prefeitura petista. O
Estado resistiu a passar o programa Qualis, de saúde básica, porque era uma das bandeiras do
PSDB. Passar os hospitais seria
ainda mais custoso politicamente.
Já para os três mais importantes
hospitais universitários da capital
-Santa Casa, Hospital São Paulo
e Hospital das Clínicas-, nada
muda. Não só não serão municipalizados como também não terão suas vagas controladas pelo
município, algo que era defendido pela prefeitura até 2002.
Caso assumisse tanto o comando como a administração dos estaduais e universitários, a prefeitura cuidaria de um volume de recursos de R$ 100 milhões por mês.
Da maneira como ficou a configuração, gerenciará 60% disso
-são os repasses dos hospitais
municipais e conveniados.
"Realmente não sei se precisamos gerenciar todo o sistema",
diz Vecina, que já foi diretor no
Hospital das Clínicas. "A gestão
pode ser suficiente, se adequada."
A prefeitura assumirá a central
de vagas de urgência e emergência que era do governo do Estado.
Serão criadas outras três centrais
de regulação pelo município: de
consultas, exames e internações.
A portaria que habilita o município na gestão plena será assinada hoje, em São Paulo, pelo ministro da Saúde, Humberto Costa. O
município passará a receber mais
de R$ 1 bilhão diretamente do ministério, sem passar pela conta do
Estado. Também o Estado será
habilitado na gestão plena e terá
maior controle sobre recursos.
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