São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 2000


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Chefe de equipe de tiro defende reformulação

DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da equipe de tiro da PM, tenente-coronel Sergio Meinicke, defende uma reformulação do treinamento de tiro da corporação, especialmente no que diz respeito aos alvos e à avaliação do tiro.
Segundo Meinicke, o tamanho dos alvos é muito grande, fora do padrão do brasileiro. "Além do mais, a avaliação verifica a empunhadura da arma, por exemplo. O que interessa é o resultado do tiro", afirma.
Segundo ele, o soldado pouco pratica tiro, muitas vezes porque não quer. "Eles vêem os filmes e acham que sabem tudo."
O comandante da Polícia Militar, coronel Wilton Ribeiro, disse que são altíssimos os números de casos de autolesão obtidos pelo capitão Paulo Storani e concordou com a avaliação dos motivos: estresse e falta de treinamento.
Ribeiro afirmou que a PM vem investindo em treinamento. "Em 1999 a polícia deu mais tiro técnico e tático em treinamento que nos últimos dez anos. Além do mais, a PM do Rio vive numa situação de guerra permanente, é a única que enfrenta fuzil e bazuca. O policial do Rio é um combatente urbano", afirmou.
De acordo com Ribeiro, a Polícia Militar está estudando os dados obtidos por Storani para saber se irá aplicá-los em um treinamento.
A Secretaria da Segurança Pública também planeja investir R$ 500 mil em uma central virtual de treinamento de tiro, manuseio de explosivos e ação tática.
O coordenador de Tecnologia da secretaria, Isnard Martins, explica que a idéia do projeto é dar aos policiais um contato -ainda que virtual- com realidades similares às que eles encontrarão em seu trabalho no dia-a-dia.
No módulo chamado Jogos de Guerra, por exemplo, o treinamento consiste em simular a atuação do policial em situações como sequestros e assaltos a banco. Um telão exibe a cena e o policial deve reagir a ela.
As armas são reais, mas totalmente modificadas e monitoradas por computador. O disparo é, na verdade, uma descarga de ar comprimido. O computador permitirá saber a trajetória da bala, a margem de erro e o resultado da ação.
Uma equipe técnica da secretaria está encarregada de criar cenários virtuais similares ao da realidade do Rio de Janeiro.
Chamado para ser consultor da coordenação de Tecnologia, Storani dará um curso de capacitação de policiais em técnica de tiro e combate defensivo.
Storani também planeja testar a reação dos policiais ao estresse e avaliar sua performance de tiro em momentos de confronto real, acompanhando ações policiais. (FE)



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