São Paulo, quinta, 22 de outubro de 1998

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EMAGRECIMENTO
Droga pode ser comprada com auxílio de importadora
Venda do Xenical dependerá de retenção de receita médica

PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local

O Xenical, medicamento para emagrecer que reduz a absorção de gorduras em 30%, está causando grande agitação entre gordinhos e neuróticos por regimes mesmo antes de ser lançado no Brasil. Mas o Ministério da Saúde avisa: as pílulas só serão vendidas com retenção de receita médica.
A droga foi desenvolvida pelo laboratório Roche, na Suíça, e já está sendo comercializada em 11 países. As pílulas funcionam diretamente no intestino, inibindo a ação da enzima lipase (responsável pela quebra das moléculas de gordura) e impedindo a absorção de 30% da gordura consumida.
O medicamento foi registrado no Ministério da Saúde em setembro. Mas sua venda ainda depende de adequações da bula e embalagem, que deverão informar com destaque que ele só pode ser vendido com retenção da receita.
Nos países onde a venda já liberada -entre eles Argentina, Venezuela, Nova Zelândia, Inglaterra e Itália-, não há necessidade de retenção da receita.
Silas Gouveia, diretor do departamento técnico-normativo da Vigilância Sanitária federal, explica por que o Xenical foi incluído na lista dos medicamentos que devem ser vendidos "sob especial controle." De acordo com ele, o medicamento pode causar danos à saúde se for mal utilizado. "Quem consumir muita gordura pode ter diarréia ao tomar a droga. Junto com a gordura, o paciente perde sais minerais, proteínas e carboidratos, o que pode causar uma carência desses nutrientes."
Segundo a Roche no Brasil, as exigências da Vigilância estão sendo cumpridas e o medicamento deve ser lançado no primeiro trimestre do ano que vem.
Mas muitos brasileiros já adquiriram o Xenical com auxílio de importadoras (a caixa, para um mês de uso, custa cerca de R$ 300).
Importadoras compram o produto em nome do paciente -a lei permite que apenas pessoas físicas busquem medicamentos importados não liberados no Brasil- e cobram cerca de 10% para intermediar a compra. Mas é preciso ter receita médica e assinar procuração para liberação na alfândega.



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