São Paulo, quinta, 22 de outubro de 1998

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TENSÃO
Preso apontou arma contra a cabeça
Reféns impediram suicídio de fugitivo

da Reportagem Local

O momento de maior tensão durante o sequestro foi quando o preso Paulo Mendes das Neves, que liderou a ação, atirou numa parede, apontou a arma para a própria cabeça e ameaçou se matar.
"Nós estávamos confiantes de que não ia nos acontecer nada, mas nesse momento vimos que o Paulo estava descontrolado e poderia fazer qualquer coisa", diz o auxiliar administrativo Giovano Oliveira Guimarães, 26, que junto com outros reféns evitou o suicídio do preso.
Entre os cinco reféns que ficaram em poder de Paulo, Guimarães, que serviu de escudo para os presos durante as negociações e foi o último a ser libertado, era o mais calmo.
"Ele é um rapaz bom, só está equivocado, no lugar errado", chega a dizer Guimarães enquanto descreve as cerca de duas horas que duraram as negociações com a polícia.
Além de Guimarães, havia três pessoas na sede distrital da Associação Comercial de São Paulo, em Pinheiros, quando os dois presos entraram no local: Sueli Seixas Salgado dos Santos, 42, contadora da associação, o representante comercial Marcos Antonio Sotello, 34, e uma quarta pessoa identificada apenas como Maria Augusta.
A funcionária da Associação Comercial Aparecida Ribeiro Miranda, 58, mora nos fundos do prédio. Ela havia saído de manhã e foi tomada como refém ao retornar por volta do meio-dia.
Os presos foram libertados aos poucos. Marcos Sotello foi o primeiro a ser libertado, às 13h40, por apresentar problemas cardíacos. Por volta de 14h15, Aparecida Miranda, que passou mal com problemas de pressão, foi libertada junto com Sueli Santos, que saiu desmaiada, carregada por policiais. Às 15h10, Maria Augusta foi libertada. Às 15h20, foi libertado o último refém, Giovano Guimarães.



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