da Reportagem Local

Familiares do investigador Willian Ruy Teixeira, 31, baleado na cabeça ontem por presos, disseram que a única algema usada na transferência dos presos era de propriedade do policial.
Segundo os parentes, que não quiseram ser identificados, o policial, que está há dois anos na Polícia Civil, também usava a própria arma, pois não tinha uma fornecida pela polícia. Indignados, disseram que a Polícia Civil não dá condições aos policiais para trabalhar.
O delegado Renato Sansone Rodrigues, 36, responsável pela comunicação social do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), negou que a falta de material.
Segundo Sansone, alguns policiais optam por usar armas e equipamentos pessoais, conduta permitida pela corporação quando não se tratam de produtos de uso restrito.
"Todos os investigadores recebem arma, munição e algemas para trabalhar", disse Sansone. "E a maioria deles faz uso do material do Estado. Alguns, no entanto, não sei por quê, preferem carregar equipamentos próprios, que podem ser adquiridos em qualquer estabelecimento comercial."

Delegado
Quintanista de direito, Teixeira também trabalhava desde maio no 14º DP, assim como seu colega que foi morto, e pretendia chegar ao posto de delegado. Sua mãe, Cleide Ruy Teixeira, passou mal, ontem, no Hospital das Clínicas, onde o filho foi operado. Ela teve uma crise de choro e recebeu atendimento médico.
Os pais haviam sido chamados ao hospital avisados de que o filho sofrera um acidente de trabalho.

A cirurgia
Teixeira passou por uma cirurgia na cabeça que durou pouco mais de cinco horas.
Mas esse não foi o único ferimento grave que sofreu. Ele usou a mão direita para diminuir o impacto do tiro e permanecia ontem à noite no centro cirúrgico, onde um grupo de ortopedistas do HC iniciaria uma cirurgia de recuperação de sua mão.
Segundo colegas do policial que estiveram em contato com o HC, a chance de sobrevida de Teixeira seria de 1%. (MO, RZ e SC)



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