São Paulo, quinta, 22 de outubro de 1998

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Governo libera recurso para pagar bolsas

MARTA AVANCINI
da Reportagem Local

Foram liberados ontem os recursos para pagamento de bolsas de estudo da Capes de alunos das universidades federais referentes ao mês de setembro. O dinheiro estava retido desde o dia 5.
O dinheiro tinha ficado bloqueado por causa da mudança do critério de liberação dos recursos dos ministérios e órgãos ligados a eles adotado este mês.
Quando o sistema registra que uma unidade está com saldo negativo, fica impossibilitada de fazer empenhos (reservas para gastos).
A mudança, por sua vez, foi adotada por causa do corte de 20% no orçamento geral do governo federal, anunciado em setembro.
O Ministério da Educação (MEC) determinou que as federais podem gastar R$ 158,8 milhões de R$ 370,7 milhões previstos para custeio -valor sujeito a revisão na medida em que houver recursos. A Andifes (Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) estima que 70% já tinha sido gasto ou empenhado, gerando saldo negativo.
Por causa do bloqueio, as federais não podem fazer os repasses das bolsas, nem empenhos para gastos com manutenção.
Mas, como o dinheiro das bolsas foi liberado, as federais estão autorizadas a fazer aos repasses aos estudantes, afirma Luiz Horta, diretor de administração da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), fundação ligada ao MEC. Segundo Horta, o atraso não deverá se repetir até o final do ano.
Independentemente do atraso, a Capes perdeu cerca de R$ 12 milhões do orçamento para bolsas deste ano. Horta diz que o MEC promete repor este dinheiro a partir de novembro, o que garantiria o pagamento das bolsas.
O bloqueio prejudicou cerca de 14.600 bolsistas de mestrado, doutorado e aperfeiçoamento.
Também já foram liberados, anteontem, os recursos referentes a repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) para os hospitais universitários.
Apesar do desbloqueio dos recursos para bolsas e hospitais universitários, as federais ainda não podem fazer empenhos para despesas com manutenção, a não ser que o MEC autorize.
A medida foi adotada porque, em consequência dos cortes, o MEC foi obrigado a eleger prioridades e concentrar recursos para garantir dinheiro para programas como o da merenda escolar.



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