DA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

A Polícia Civil de Goiás descobriu ontem que Roberta Jamilly Martins Borges, uma das quatro filhas de Vilma Martins Costa, a principal suspeita de sequestrar Pedrinho há 16 anos, tem duas datas de nascimento diferentes, com um intervalo de dois anos.
Anteontem, a polícia havia encontrado a certidão de nascimento de Roberta feita em 1997 -16 anos após a suposta data de nascimento, 5 de março de 1981. Ela teria nascido no município de Itaguari (GO), onde Vilma viveu parte de sua infância e juventude.
No registro, Roberta aparece como filha de Vilma e Osvaldo Martins Borges, morto no mês passado. Os dois, no entanto, só começaram a se relacionar três anos depois, em 1984.
Na nova data encontrada ontem pela polícia, Roberta teria nascido no mesmo dia 5 de março, mas em 1979. Essa informação consta do cadastro da Associação dos Funcionários do Fisco de Goiás, da qual Borges era sócio, de acordo com informações da polícia.
Em vez de esclarecer, a informação aumenta ainda mais o mistério em torno de Roberta. Em depoimento, a irmã de Vilma, Guiomar Martins, insinuou que Roberta também teria sido sequestrada, em Taquaral, município a dez quilômetros de Itaguari.
A polícia descobriu também que a certidão feita em 1997 foi obtida por meio de uma ordem judicial de 12 de fevereiro de 1997 -menos de um mês antes de Roberta completar 18 anos, caso ela tenha nascido realmente em 1979.
O pedido de registro foi feito por Osvaldo, sob alegação de que Roberta nunca havia sido registrada. Ele tinha duas testemunhas: a própria Vilma e a advogada Rita Gledes Gomes Bucar.
"Talvez o novo registro tenha sido feito para que Roberta tivesse um benefício maior no seguro de saúde", afirmou o delegado Antônio Gonçalves dos Santos, que está encarregado das investigações sobre Roberta.
Segundo o delegado, caso fique comprovada a fraude na certidão de nascimento, Vilma pode ser processada por falso testemunho.
O advogado de Vilma, Ezízio Barbosa, não foi localizado ontem durante todo o dia para comentar o assunto. Vilma, que tem evitado falar com a imprensa, também não foi encontrada. (FM)


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