São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002

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Mesmo após obterem resultados, garotas mantêm mania por exercícios

DA REPORTAGEM LOCAL

Paloma e Rosemeire têm 23 anos e passam de cinco a seis horas por dia na academia, seis dias por semana. Paloma tem 1,51 m e pesava 75 quilos. Perdeu 18 quilos fazendo exercícios, mas continua não gostando das coxas por achá-las grossas demais.
Rosemeire tem 1,64 m e perdeu 19 quilos depois que nasceu seu filho. Já ganhou sete fazendo exercícios na academia, mas continua não gostando das canelas por achá-las finas demais.
As duas tinham motivos para tentar mudar suas formas, uma estava muito acima do peso e a outra, muito abaixo. A questão é que transformaram a academia e os exercícios físicos numa obsessão, onde passam boa parte do dia. As duas frequentam a Anna Alexzzez, uma academia na região central da cidade.
Paloma Barreto Cano, fonoaudióloga de formação, trabalha com eventos, a mesma atividade de Rosemeire Araújo. Uma chega na academia por volta das 11h e sai por volta das 17h, quando não aproveita para fazer os cabelos, as mãos e os pés, o que estica a jornada por mais uma hora. A outra chega no meio da tarde e às vezes sai quando a academia fecha, às 22h. "Muita gente passa aqui pelo menos três horas por dia", diz Anna Alexzzez, a proprietária.
No seu ritual cotidiano, Paloma Cano faz alongamento, musculação, quatro séries de 30 abdominais, pratica aero-jump, saltando numa cama elástica, participa das aulas de danças e ainda faz "eletroterapia, um tratamento para a celulite". "Não consigo imaginar minha vida sem a academia", diz.

"Gosto do que vejo"
A tradutora Sarita Pavia, 41, está no grupo das pessoas que só conseguiu emagrecer depois de tratar sua obesidade como um transtorno de imagem. Depois de 20 anos fazendo dietas, ela emagreceu combinando psicoterapia com exercícios físicos.
"Eu tinha 1,56 m e pesava 90 quilos. Achava que um dia ia tomar uma pílula e acordar magra. Quando nasceu meu primeiro filho, parei de trabalhar, virei dona-de-casa, comia com mais frequência, não fazia atividade física nem me preocupava com as roupas que estava usando."
Quando as crianças foram para a escola, começou a fase das dietas, ela conta. "Era sempre igual, eu ia ao médico, que pedia exames, puxava de uma gaveta a mesma fórmula e receitava os mesmos remédios que me deixavam nervosa. Cada quilo que perdia, ganhava dois. Passei a não sair de casa, se tinha um jantar fora, eu evitava, me sentia imprópria, não conseguia me arrumar. Em casa eu estava protegida."
No inverno do ano passado, Sarita Pavia diz que conheceu o serviço de orientação do Hospital das Clínicas. "Descobri que o problema estava dentro de mim, não na dieta. Comecei a caminhar, hoje faço três horas de exercícios por dia, caminhadas, musculação, abdominais. Já perdi 28 quilos, estou com 62, e sei que não vou chegar aos 52, como gostaria. Aprendi a não mais olhar para os números da balança, mas para o espelho. E quando me vejo no espelho, gosto do que vejo." (AB)


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