São Paulo, sábado, 22 de dezembro de 2007

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Feriado começa com filas nos aeroportos

Até as 23h, 31% dos vôos haviam atrasado e 8% tinha sido cancelados

Até vôo da nova presidente da Anac, Solange Vieira, tem atraso de mais de 2 horas para sair de Brasília para São Paulo pela manhã

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O feriado prolongado de Natal começou com longas filas nos aeroportos e vôos atrasados e cancelados. Nem mesmo a nova presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Solange Paiva Vieira, escapou do caos aéreo. O vôo que ela tomou ontem de manhã de Brasília para São Paulo atrasou duas horas.
Ontem, dos 2.071 vôos previstos no país até as 23h, 641 (31%) sofreram atraso superior a uma hora e 166 (8%) foram cancelados, de acordo com balanço divulgado pela Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).
A situação de agora, porém, não é tão ruim quanto a do ano passado. Em 2006, na sexta-feira anterior ao Natal (o dia 25 caiu numa segunda-feira), praticamente metade dos vôos do país foi cancelada.
Os problemas para os passageiros começaram no ano passado, após o maior acidente aéreo ocorrido no país até então, quando, em 29 de setembro, 154 pessoas morreram na queda de um avião da Gol.
"A situação de caos acabou. Nós devemos ter um final de ano tranqüilo", afirmou a presidente da Anac ontem em São Paulo -ela foi nomeada oficialmente para o cargo anteontem, após aprovação do Senado.
Solange deveria ter partido de Brasília às 8h, mas só conseguiu sair pouco depois das 10h.
O avião da TAM em que viajou, segundo ela, vinha do Rio, mas, antes de ir para a capital federal, teve de fazer uma parada não-planejada em Aracaju.
"Foram problemas operacionais da companhia, provavelmente." Procurada na noite de ontem, a TAM não pôde confirmar o motivo do atraso.
Uma das medidas adotadas pela Anac contra o possível caos foi o envio de 130 funcionários para os aeroportos de São Paulo (Congonhas e Guarulhos), do Rio (Santos Dumont e Galeão) e de Brasília, que concentram, juntos, 80% do tráfego aéreo nacional.
Os funcionários extras continuarão nos cinco aeroportos até 7 de janeiro. Hoje, Solange passará o dia inspecionando o aeroporto do Galeão, no Rio. Na próxima sexta, será a vez de Cumbica.
No aeroporto de Congonhas, apesar das longas filas para o check-in, não houve incidentes. Até as 23h, 19,7% dos vôos registravam atrasos superiores a uma hora e 13,3% haviam sido cancelados pelas empresas.
"Essa situação é lamentável", disse o ex-piloto Emerson Fittipaldi, numa fila com a mulher e o filho de 9 meses para embarcar para Porto Seguro (BA). Um dos aeroportos que mais registraram atrasos -proporcionalmente ao número de vôos- foi o de Recife, com 48,5% de vôos atrasados às 23h.
Segundo levantamento da Infraero no aeroporto, às 21h, 83,33% dos vôos da OceanAir estavam atrasados, situação enfrentada por 78,95% dos da Gol e 16,67% dos da TAM.
Até ontem não havia sido editada a medida provisória prometida pelo ministro Nelson Jobim (Defesa) para antes do Natal, que garantirá aos passageiros as "milhas do atraso", isto é, créditos que variam de 10% a 50% dos valores das passagens pagas em caso de atraso por culpa da empresa aérea.


Colaborou MALU TOLEDO, da Sucursal do Rio


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