São Paulo, terça, 22 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Decisão tem análise psicológica


da Reportagem Local

As decisões judiciais em casos que envolvem trocas de bebês são baseadas, fundamentalmente, numa profunda avaliação psicológica realizada com as crianças e famílias em que vivem.
De acordo com o juiz Jefferson Moreira de Carvalho, da Vara da Infância e Juventude de São Miguel Paulista (zona leste de São Paulo), se um dos pais envolvidos quiser a posse de seu filho verdadeiro (mediante resultado de DNA que confirmar a troca), o processo vai correr normalmente.
O juiz pedirá acompanhamento psicológico, que pode demorar de meses a anos.
"Num processo como esse, primeiro pensamos na criança", diz. "É preciso analisar os vínculos afetivos que se estabeleceram entre a criança e os pais. Somente após uma avaliação dessas é que podemos julgar."
No entanto, segundo o juiz -que já julgou um caso desse tipo-, o mais provável é que as famílias desistam do processo judicial e façam um acordo.
"No caso que analisei, em 1985, os pais continuaram com os filhos trocados mas criaram laços fortes de amizade com os filhos verdadeiros", afirma.
O advogado Ricardo Penteado, especializado em direitos da família, afirma que a avaliação psicológica "pesa 100% numa ação judicial desse tipo".
"A rigor, o pai tem direito de ficar com seu filho verdadeiro. Mas tudo depende de uma profunda análise psicossocial", diz. (PL)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.