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FUMO
Segundo a ABCF, metade dos estabelecimentos legalizados tem produtos falsificados, em geral misturados aos originais
Fiscalização da venda de cigarros crescerá
DA SUCURSAL DO RIO
A ABCF (Associação Brasileira
de Combate à Falsificação) e as
polícias Federal e Civil vão intensificar, em fevereiro, a fiscalização
sobre a venda de cigarros falsificados em estabelecimentos comerciais legalizados, como bares,
mercados e padarias.
A venda desses cigarros, inicialmente feita apenas pelos camelôs,
tem aumentado em pontos-de-venda legalizados, chegando a ser
encontrada em metade deles, segundo a ABCF. Como as cópias
das embalagens e dos selos de fiscalização são praticamente idênticos aos originais, o consumidor
pode comprar um cigarro falso
-e ainda mais prejudicial à saúde- pelo preço de um autêntico.
"Quem compra num camelô,
na maioria das vezes, sabe que está correndo um risco maior, mas
quem compra em um estabelecimento legalizado é enganado",
afirmou Fernando Ramazzini, diretor e ex-presidente da ABCF,
entidade que é mantida com recursos de indústrias brasileiras.
A fiscalização começará em
Porto Alegre (onde foi feita uma
experiência piloto), Curitiba, São
Paulo, Campinas, Ribeirão Preto,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Salvador, Recife e Goiânia.
A principal origem dos cigarros
falsificados é o Paraguai. Existem
36 indústrias de tabaco naquele
país e há suspeitas de que 23 delas
produzam cigarros falsificados.
Perda de arrecadação
Como o produto entra no Brasil
sem pagar imposto, a ABCF estima que o país pode estar deixando de arrecadar R$ 1,3 bilhão por
ano. Com base nas apreensões feitas pela PF (Polícia Federal), a
ABCF estima também que um em
cada três dos 151 bilhões de cigarros vendidos anualmente no país
seja falsificado.
O mercado de cigarros ilegais é
altamente lucrativo porque as indústrias não pagam os impostos
cobrados da indústria tabagista.
Enquanto o preço médio de um
maço de cigarro original em 2001
foi de R$ 1,29, o falsificado chegou
a ser vendido por R$ 0,75.
De acordo com Ramazzini, a
fraude mais comum encontrada
nos estabelecimentos comerciais
é a mistura dos maços ilegais com
os legais. Com isso, quando chega
a fiscalização, o comerciante
apresenta uma nota fiscal de venda de cigarros legalizados.
Para fazer o flagrante, os policiais precisam verificar na loja se
há mais cigarros do que consta na
nota fiscal apresentada.
Substâncias proibidas
Numa análise de cigarros falsificados feita pela ABCF, a maioria
deles apresentou teores de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono acima daqueles permitidos
pela Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária). Em alguns
produtos foram encontradas
substâncias proibidas no Brasil e
na União Européia, além de corpos estranhos -como insetos.
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