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Falta de treinamento
torna micro inócuo
GILBERTO DIMENSTEIN
de Nova York
Computador sem treinamento
de professor é desperdiçar tempo e
dinheiro -essa é a conclusão de
estudo produzido por uma comissão de educadores contratados pela Prefeitura de Nova York para
analisar o uso de computador em
escolas públicas.
``Temos visto como o modismo
significou desperdício'', afirma
Frank Pignatelli, professor da Faculdade de Pedagogia Bank Street,
considerada uma das melhores
dos EUA. Essa faculdade administra uma das mais importantes escolas de primeiro e segundo grau
do país, com uso intensivo de
computador em sala de aula.
``É mais complicado do que se
imagina'', diz Lynell Hancock,
professor de assuntos de infância
da Faculdade de Jornalismo da
Universidade de Columbia e repórter de educação de várias publicações, como a ``Newsweek''.
Há um consenso nacional de que
todas as salas de aulas devem estar
conectadas à Internet, a rede mundial de computadores, considerado indispensável ingrediente de
ensino. O presidente Bill Clinton
se comprometeu a liberar verbas
para ligar todas as escolas públicas
à Internet até o final do mandato.
Estudos de faculdade de pedagogia mostram que, até agora, não se
mediu com precisão a eficiência do
computador. A razão: o professor
não sabe manejar a máquina, encaixando-a num currículo.
``Muitas vezes apenas substituem a máquina de escrever ou
lousa pelo computador. Torna-se,
assim, inútil'', afirma a professora
Naomi Weiss, responsável pela
criação de escolas comunitárias
em Nova York, hoje envolvida
com tecnologia na Faculdade de
Pedagogia de Columbia.
O fundamental, dizem os pesquisadores, é primeiro saber o que
se deve ensinar num computador;
depois, como ensinar. O que exige
reciclagem dos professores.
Há modelos, entretanto, que demonstram como o computador, se
bem usado, aumenta a produtividade em sala de aula. Considerada
centro das mais avançadas experiências de computação, a Dalton,
uma escola de Nova York (US$ 1,7
mil a mensalidade) transforma o
professor num orientador.
Todas as matérias são adaptadas
ao computador; a própria escola
desenvolve um elenco de softwares. Eles estudam física, usando
imagens diretas do telescópio
Hubble. Ou fazem escavações arqueológicas virtuais pela tela.
``O aluno é estimulado a pesquisar, buscar sozinho e o professor
tem de ser um conselheiro'', defende Frank Moretti, que cuida do
departamento de tecnologia da
Dalton. Moretti chegou a sensores
numa floresta. Os sinais são transmitidos para a escola e, dessa forma, os alunos estudam ecologia.
Em 96, compararam o desempenho dos alunos da Dalton com os
de outras escolas e ganharam com
ampla vantagem.
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