São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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População é ignorada pelo censo

DA REPORTAGEM LOCAL

Ninguém sabe quantas travestis há no Brasil. "Já pedimos para o IBGE, mas essa informação nunca constou dos censos", diz a líder Marcela Prado. O professor Luiz Mott afirma que pesquisas feitas com as lideranças resultaram num número perto dos 20 mil.
Ser minoria agrava ainda mais a situação dessas pessoas que, aos 50 anos, já não conseguem mais trabalho, nem na prostituição. Se não morrem de Aids, morrem assassinadas. Se escaparem desse destino, morrerão doentes e na pobreza, antes dos 60 anos.
"Alertamos essas moças para que façam seguro e um plano de saúde", diz Marcela Prado. Algumas situações de risco são criadas por elas, dizem as lideranças. Muitas se despem ou fazem sexo com seus clientes em plena rua, provocando a ira dos vizinhos.
É difícil classificar um travesti: não é mulher, não é homem, nem transexual. Janaína Dutra, que abandonou o nome Jaime Dutra Sampaio e a advocacia pela liderança das travestis, tinha sua própria definição. "O transexual tem espírito feminino e quer trocar de sexo." Hospitais dão acompanhamento psicológico a esse grupo e estão autorizados a fazer cirurgia de troca de sexo.
Já a "travesti vive a bissexualidade dentro da homossexualidade", dizia Janaína Dutra. Elas se travestem de mulheres e não devem ser confundidas com prostitutas. Se caem na prostituição, é porque não conseguiram outro trabalho, lembram as lideranças.


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