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População é ignorada pelo censo
DA REPORTAGEM LOCAL
Ninguém sabe quantas travestis
há no Brasil. "Já pedimos para o
IBGE, mas essa informação nunca constou dos censos", diz a líder
Marcela Prado. O professor Luiz
Mott afirma que pesquisas feitas
com as lideranças resultaram
num número perto dos 20 mil.
Ser minoria agrava ainda mais a
situação dessas pessoas que, aos
50 anos, já não conseguem mais
trabalho, nem na prostituição. Se
não morrem de Aids, morrem assassinadas. Se escaparem desse
destino, morrerão doentes e na
pobreza, antes dos 60 anos.
"Alertamos essas moças para
que façam seguro e um plano de
saúde", diz Marcela Prado. Algumas situações de risco são criadas
por elas, dizem as lideranças.
Muitas se despem ou fazem sexo
com seus clientes em plena rua,
provocando a ira dos vizinhos.
É difícil classificar um travesti:
não é mulher, não é homem, nem
transexual. Janaína Dutra, que
abandonou o nome Jaime Dutra
Sampaio e a advocacia pela liderança das travestis, tinha sua própria definição. "O transexual tem
espírito feminino e quer trocar de
sexo." Hospitais dão acompanhamento psicológico a esse grupo e
estão autorizados a fazer cirurgia
de troca de sexo.
Já a "travesti vive a bissexualidade dentro da homossexualidade",
dizia Janaína Dutra. Elas se travestem de mulheres e não devem
ser confundidas com prostitutas.
Se caem na prostituição, é porque
não conseguiram outro trabalho,
lembram as lideranças.
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