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Estrondo "avisou" moradores do perigo
da Sucursal do Rio
Um forte estrondo, por volta de
0h30, foi a "senha" do início do
pesadelo para os moradores do
condomínio Palace. O tenente-coronel bombeiro Marcos Silva, que
morava no 607, foi chamado por
vizinhos, telefonou para os bombeiros da Barra da Tijuca e desceu
para ver o que havia. Constatado o
problema no pilar da segunda garagem no subterrâneo, começou a
correria.
"Houve um serviço comunitário", contou Paulo Viana, que morava no 1.202 do bloco 2. "Todo
mundo saiu batendo na porta de
todo mundo, dizendo para sair."
Só com as roupas que vestiam,
os moradores começaram a descer, em meio a muito nervosismo,
com a ajuda dos bombeiros, que já
tinham chegado. Mas houve quem
se arriscasse para salvar alguns
bens materiais, como Davi Chagas, que correu para tirar da garagem o seu Escort.
'Òuvi um estrondo e as camas
tremeram", contou ele. "Fui à janela e não vi nada, mas daí a pouco o interfone tocou, com o porteiro avisando que era para sair."
Apesar das afirmações de moradores de que a Defesa Civil Municipal, inicialmente, afirmava que o
desabamento não aconteceria ontem, mas futuramente, o chefe da
instituição, coronel Nilton Barros,
disse que a ação do órgão e dos
bombeiros foi fundamental para
evitar uma tragédia maior.
'Ò engenheiro Alexander Georgeado, da Defesa Civil, chegou a
ficar em cima de uma perna só e
dizer: Òlha, se ficarmos em cima
de apenas um pé, ficamos instáveis, podemos cair a qualquer momento'."
Mas, apesar da ordem das autoridades para evacuar o prédio, algumas pessoas insistiram em tentar tirar objetos do condomínio.
Após o desabamento, mais de 20
pessoas foram retiradas pelos
bombeiros. Muitas estavam no
bloco 2, que desabara.
Um dos moradores do bloco 1
que não saíram contou que acordou somente com o ruído do desabamento dos apartamentos do
prédio vizinho. Ele não quis se
identificar, mas contou que dormia sozinho e foi acordado pelo
estrondo.
"Pensei que era o vento e fui até
a janela", afirmou. "Foi quando vi
a nuvem de poeira subindo."
Segundo Chagas, transcorreu
muito pouco tempo entre o momento em que voltou ao prédio
(depois de tirar o carro e estacioná-lo bem longe do edifício) e o
instante do desabamento.
"Todo mundo correu, parecia
um estádio de futebol desabando", afirmou.
O tenente-coronel Silva lembrou
que o desabamento aconteceu em
duas partes. Houve dois grandes
barulhos consecutivos, e os apartamentos das duas colunas desabaram, levantando uma nuvem de
poeira que se espalhou pelas redondezas, cobrindo até carros que
estavam estacionados no pátio, no
andar térreo.
(WT)
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