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Morador bombeiro percebeu perigo e
alertou vizinhos de porta em porta
AURÉLIO GIMENEZ
free-lance para a Folha
Acostumado a operações de busca e salvamento, o tenente-coronel Marcos Aurélio Carlos da Silva, 46, do Corpo de Bombeiros do
Estado do Rio, foi fundamental
para evitar que a tragédia se tornasse maior.
Morador do apartamento 607,
Silva estava em casa quando ocorreu o primeiro abalo.
Após checar a gravidade da situação, Silva coordenou a retirada
de todos os moradores das colunas 1 e 2 do bloco 2.
Comandante do Grupamento
Florestal do Alto da Boa Vista, na
floresta da Tijuca (zona norte do
Rio), Silva foi a primeira pessoa a
constatar o perigo, assim que chegou ao segundo subsolo.
"Logo que senti um tremor, desci para o térreo. Com outros moradores, fui até a segunda garagem
e vi a coluna toda fragmentada.
Imediatamente, acionei bombeiros, Defesa Civil e determinei a
saída dos moradores", disse.
"A atuação dele foi irrepreensível", afirmou o coordenador-geral
da Defesa Civil do município do
Rio, coronel Nilton Barros, que
esteve no local.
Os moradores também elogiaram a atuação de Silva. "Ele foi o
nosso salvador. Na mesma hora
detectou o perigo, chamou os
companheiros e avisou a todos os
moradores", disse o empresário
Flávio Moura Santos.
De acordo com Santos, horas
antes do desabamento, Silva tomou a iniciativa de avisar um por
um os moradores dos 44 apartamentos afetados.
"Ele ficou acordado a noite inteira e continua colaborando com
seus colegas", disse Santos, às 16h
de ontem.
"Ele foi um dos milagres", disse
o coronel Luís Maurício, do Corpo
de Bombeiros. O outro milagre,
segundo Maurício, foi "o prédio
ter avisado que ia cair", permitindo a saída dos moradores.
Na condição de comandante do
Grupamento Florestal, o coronel
Silva participou, na semana passada, do resgate de três jovens russos
perdidos na floresta da Tijuca.
Anastassia Fessenko, 21, filha do
cônsul-geral da Rússia no Rio,
Masha Podrajanets, 22, filha do
embaixador da Rússia no Brasil, e
o vice-cônsul no Rio, Andrey Martinenko, 28, foram resgatados depois de quase 24 horas perdidos.
Antes de trabalhar no Grupamento Florestal, o coronel comandava o Grupo de Salvamento
Marítimo do Recreio dos Bandeirantes (praia na zona oeste).
Casado, dois filhos, Silva está há
24 anos no Corpo de Bombeiros.
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