da Reportagem Local

A venda de camarotes inexistentes, considerada crime de estelionato, vai ser apurada em inquérito policial.
A Liga das Escolas Independentes vendeu, por R$ 4.000 cada, seis camarotes a mais nos setores 7 e 8.
Quatro vítimas prestaram queixa na delegacia instalada pela Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista) no Sambódromo.
A liga vendeu os camarotes 13, 14 e 15 nos dois setores, sendo que cada setor tem apenas 12 camarotes com dez lugares. Pelo menos 40 pessoas foram prejudicadas e acomodadas nos camarotes da liga e da prefeitura.
"Independente de acomodação, existe o ingresso com a numeração inexistente. E não podem dizer que é falso, pois o cartão magnético era aceito normalmente pela catraca", disse o delegado de plantão da Deatur, Celso Jatene.
A liga admite a venda dos camarotes, mas diz que recebeu um mapa errado do Anhembi. O presidente do Anhembi, Ricardo Castelo Branco, nega o erro e afirma que a responsabilidade pela venda dos camarotes era da liga.
Outro caso que chamou a atenção da polícia, mas não vai ser investigado por falta de provas, é a suspeita de superlotação na arquibancada monumental -o setor 4.
"Fizemos uma pesquisa no computador da catraca do setor e haviam passado 10,8 mil pessoas, a lotação certa. Deve ter havido evasão de alguma forma, mas não foi por excesso de ingressos", afirma o delegado.
Segundo Jatene, no auge das reclamações, cerca de cem pessoas foram até a porta da delegacia reclamar.
"Junto com a segurança do Anhembi distribuímos parte do excedente por outros setores para evitar problemas maiores. Em três anos de plantão no Carnaval este foi, sem dúvida, o primeiro a gerar problemas de público. As pessoas que ficaram no setor 4 vão pensar duas vezes antes de voltar."
A secretária Paula Maranhão Torres, 24, que estava há quase dez minutos na fila do banheiro feminino do setor 4, disse que no Carnaval de 99 não deverá assistir o desfile de São Paulo da arquibancada.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice