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MEIO AMBIENTE
Levantamento feito entre 90 e 95 mostra que o Estado do Rio é recordista nacional de desmatamento
RJ é maior devastador da mata atlântica
FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local
O Estado do Rio de Janeiro é o
recordista nacional de devastação
de mata atlântica, entre os anos de
1990 e 1995, segundo levantamento feito pela Fundação SOS Mata
Atlântica com fotos de satélite do
Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
No período, foram desmatados
140.372 hectares de mata nativa
-o equivalente a 196 mil campos
de futebol. Isso representa uma diminuição de 13,13% da cobertura
vegetal de mata atlântica do Estado em apenas cinco anos.
Em São Paulo a redução no período foi menor: 3,62%. Mas a
área desmatada é grande: 67,4 mil
hectares (veja tabela comparativa
entre os Estados nesta página).
A devastação nos nove Estados
brasileiros que participam do levantamento continua muito alta.
Nesses cinco anos, o país perdeu
5,7% da mata atlântica.
Apesar de o estudo ter registrado
uma pequena redução do ritmo de
desmatamento em relação ao levantamento anterior (1985-90),
quando a redução de vegetação foi
de 6,2%, os números ainda preocupam os ambientalistas.
"O país perdeu uma área de mata atlântica equivalente a um campo de futebol a cada quatro minutos", diz João Paulo Capobianco,
secretário executivo do Instituto
Socioambiental (ISA), que coordenou a análise de dados.
"É uma situação preocupante
porque o desmatamento se estabilizou em índices muito elevados.
Se não houver uma redução da devastação, em 50 anos não haverá
mais mata atlântica em terrenos
particulares no Brasil."
Em relação a área total, a devastação da mata atlântica caminha
2,5 vezes mais rápido que a da floresta amazônica. Hoje, o país tem
apenas 7,2% da mata atlântica nativa.
Campeão
Contabilizando a perda de vegetação nos dois levantamentos
(1985-95), o Estado do Rio de Janeiro perdeu 20% da mata original. A região dos municípios de
Trajano de Morais e Bom Jardim
(no centro do Estado) foi a mais
atingida.
Segundo Capobianco, nessa área
a mata atlântica cedeu espaço
principalmente a pastagens de
baixa produtividade. "Registramos áreas contínuas de desmatamento de até 4 mil hectares, em
algumas propriedades particulares", afirma o ambientalista.
O motivo do desmatamento varia de acordo com a região do país.
No nordeste, por exemplo, a mata
é cortada para o cultivo do cacau.
Já no sul do país, para empreendedores da indústria de celulose
plantarem culturas mais rentáveis.
A boa notícia ficou por conta de
Paraná e Santa Catarina, onde
houve redução do desmatamento
no período analisado.
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