da Reportagem Local

O comando da Polícia Militar de São Paulo informou que não há prazo para que todos os policiais que participam do Programa de Segurança Escolar recebam treinamento adequado para lidar com crianças e adolescentes.
Para completar o programa e cumprir a promessa de colocar policiais em cada escola estadual da capital, a PM deslocou 201 policiais sem treinamento para a porta dos estabelecimentos de ensino.
A determinação, do coronel Carlos Alberto de Camargo, comandante-geral da PM, é um contra-senso. Na última sexta-feira, o setor de relações públicas do comando havia anunciado que 26 escolas ficariam fora do programa justamente porque cerca de 50 policiais designados para patrulhá-las apresentaram "traços inadequados", como pouca paciência, para lidar com crianças durante o treinamento.
Essas escolas só seriam integradas ao programa dentro de duas semanas, período necessário para o treinamento de novos policiais.
A própria coronel Vitória Brasília de Souza Lima, chefe do CPFem (Comando de Policiamento Feminino), que coordena o programa, afirmou que tratar com adolescentes é uma tarefa difícil. "Por precaução, tivemos que trocar esses policiais", havia dito ela horas antes de Camargo tomar a decisão de usar policiais sem treinamento específico no programa.
Ao anunciar a determinação, em vigor desde anteontem, o major Antonio Carlos Biagioni, do setor de relações públicas da PM, afirmou que é preferível ter um policias não treinado na escola do que não ter ninguém. "Aí, sim, o risco é maior", declarou.
Segundo ele, para evitar problemas, foram escolhidos policiais com mais de dez anos de tropa para completar o programa. "Para colocar um recruta na escola, é melhor deixar sem. O problema é menor", disse Biagioni.
O major afirmou ainda que a troca desses policiais por outros com treinamento adequado será gradativa, mas não há prazo certo para ela ser concluída.
O secretário interino da Segurança Pública, Luiz Antonio Alves de Souza, afirmou ontem não ver problemas em colocar policiais sem treinamento para patrulhar escolas estaduais. (CA)



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