|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LEGISLATIVO
Temas vão de regras mais duras para o comércio de bebidas alcoólicas à restrição ao porte de armas por civis
Deputados votam "pacote" de segurança
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até quinta-feira, a Câmara dos
Deputados deve votar um conjunto de 15 projetos de lei e uma
emenda constitucional, todos relacionados à segurança pública.
Se aprovado, o pacote provocará
mudanças que vão da cédula de
identidade ao comércio de bebidas alcoólicas. A iniciativa de lançar a "Semana da Segurança" foi
do presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP).
Também nesse período acontece a 5ª Semana Nacional Antidrogas. A semana é promovida pela
Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) para comemorar os cinco
anos de sua fundação e o dia internacional de combate ao uso de
drogas -na quinta-feira.
Além do pacote de segurança
(veja quadro), a Câmara também
vai criar uma frente parlamentar
antidrogas, para debater questões
relativas ao consumo de entorpecentes e leis específicas.
Está prevista, também, a assinatura de um protocolo pelas comissões de Relações Exteriores e
de Defesa Nacional da Câmara e
do Senado com o Ministério da
Defesa. O objetivo é capacitar os
recrutas do serviço militar obrigatório como multiplicadores da
prevenção ao uso de drogas.
A maior parte dos projetos que
serão votados pelo plenário da
Câmara foram debatidos na Comissão de Segurança Pública da
Casa e contam com o apoio do governo federal. Em relação especificamente à Senad, o principal deles é o 7.134/02, que regulamenta
o Sistema Nacional Antidrogas. A
última versão do projeto aborda a
área de prevenção ao uso de álcool e de outras drogas.
Como até hoje no Brasil o álcool
não era citado na legislação sobre
o consumo de entorpecentes, estão previstas no projeto diversas
restrições quanto ao uso e comercialização de bebidas alcoólicas.
Uma das mais polêmicas é a taxação na venda. O dinheiro iria para
o Fundo Nacional Antidrogas, a
fim de patrocinar tratamento de
usuários e campanhas educativas.
A venda de bebidas fica proibida, segundo o projeto, em estabelecimentos de ensino e postos de
combustíveis. A propaganda só
poderá ser veiculada após as 22h.
Para especificar o que é considerado bebida alcoólica, os deputados utilizaram teor alcoólico superior a 3 graus, o que inclui a cerveja e o vinho na classificação. O
teor previsto na legislação hoje é
acima de 13 graus.
A única PEC (proposta de
emenda à Constituição) do pacote autoriza as prefeituras a criarem guardas para proteger a população. O texto pede regulamentação por lei federal sobre o modo
como essas guardas serão constituídas. A União também terá a
mesma obrigação.
A guarda terá como obrigação
constitucional proteger "bens,
serviços e instalações da União".
Hoje, grande parte desse serviço
está nas mãos de empresas terceirizadas de segurança.
O texto da PEC também diz que
as atribuições da guarda nacional
podem ser ampliadas por lei regulamentar posterior.
Também faz parte do pacote
projeto que restringe aos militares
o porte de arma. O desarmamento da sociedade e a apreensão cada vez maior de contrabando de
armas que são utilizadas por traficantes são prioridades da PF.
Texto Anterior: Ambiente: Produtos tóxicos poluem praias do Rio Próximo Texto: Combate às drogas terá ação descentralizada Índice
|