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Projetos no Congresso priorizam punição
da Sucursal de Brasília
Embora a Constituição estabeleça que cabe ao Estado criar mecanismos para coibir a violência no
âmbito familiar (artigo 226), as
ações para prevenir e punir os autores da violência doméstica ainda
são tímidas no Brasil.
Dez anos depois de a Constituição ter sido promulgada, o artigo
226 ainda não foi regulamentado.
Há três projetos de lei tramitando
no Congresso que prevêem penas
rígidas para quem cometer atos
violentos em casa, mas nenhum
deles chegou a ser debatido.
Em toda a América Latina, o
Brasil é um dos poucos países que
não dispõem de legislação específica sobre violência doméstica.
Outro problema é que os projetos de lei apresentados até agora
priorizam a punição dos envolvidos em vez de medidas de reabilitação da família, como recomendam a ONU e as próprias entidades brasileiras que trabalham com
vítimas da violência doméstica.
Documento preparado pela comissão encarregada no Brasil de
implementar as recomendações
da Conferência Mundial da Mulher (de Pequim) assinala que, para erradicar a violência doméstica,
são necessárias, além de ações punitivas, medidas de apoio que
dêem à vítima e à família assistência social, psicológica e jurídica.
Os países da América Latina que
optaram por criar leis específicas
sobre violência doméstica seguiram a recomendação da ONU e
privilegiaram medidas que determinam que os autores da violência
sejam submetidos a tratamentos
que visem a reabilitação em vez de
restrição da liberdade.
A ênfase na reabilitação deve ser
dada sobretudo quando há crianças envolvidas. "A criança só deve
ser afastada de seu lar em quadros
muito severos ou quando houver
risco de vida. As tentativas de
substituição da família por outras
instituições, na maioria das vezes,
constituem mais uma violência",
recomenda um documento elaborado pelo Ministério da Saúde para orientar as políticas de prevenção à violência doméstica.
O documento alerta ainda para
as consequências negativas de se
tomar como conduta principal a
culpabilização. "A família envolvida merece uma chance de ser
ajudada antes de ser considerada
inapta a cuidar de seus filhos", diz
o documento.
(DF)
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