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Calvície pode ameaçar as mulheres
JAIRO BOUER
especial para a Folha
Qual o limite entre a queda normal de cabelos e o árduo caminho
para a calvície? Essa dúvida atormenta, todos os anos, milhões de
pessoas no mundo todo.
Cabelo sempre cai e essa é uma
certeza absoluta. Todos os fios do
couro cabeludo passam por um
lento período de crescimento (que
demora de quatro a seis anos), entram em uma fase de repouso e,
depois, caem. É o ciclo natural de
vida do cabelo. Uma queda de 50 a
100 fios por dia é normal.
Em algumas fases, essa queda
pode ser intensificada por um período limitado de tempo -é o que
os especialistas chamam de "eflúvio telógeno. A dermatologista Lilian Ota, consultora de beleza do
UOL, explica que é como se houvesse uma coincidência entre o período de queda de vários folículos
capilares. Processo semelhante a
uma "muda" de pêlos em animais.
Difícil é segurar a angústia das
pessoas que começam a ver seus
cabelos caírem aos montes nas escovas e ralos. A dermatologista
Dulce Regina Okazaki diz que, na
prática, é necessário explicar pacientemente que esse é um processo natural, que pode demorar alguns meses para ser revertido.
No entanto, alguns fatores podem ajudar a precipitar um período de queda excessiva de fios: estresse emocional, infecção com febre, dieta exagerada, mudança súbita de peso, cirurgias, período de
cansaço físico excessivo, alterações hormonais (gravidez, uso de
pílula, período após o parto), distúrbios da glândula tireóide e uso
de algumas medicações.
Dulce explica que, na maioria
das vezes, não se encontra nenhum fator que justifique a queda.
Quando existe alguma alteração,
as mais comuns são a anemia
(provocada por dietas ou alimentação inadequada) ou alterações
hormonais.
Lilian afirma que, muitas vezes,
a queda excessiva de fios está relacionada a problemas do próprio
couro cabeludo, como a dermatite
seborréica (caspa). Corrigir as alterações leva uma volta à normalidade do ciclo capilar.
A perda permanente de cabelos
ou alopécia androgenética é provocada por uma combinação entre predisposição genética (herdada dos pais e dos avós) e ação dos
hormônios androgênicos (masculinos) sobre o couro cabeludo. É o
processo conhecido como calvície.
É importante lembrar que as
mulheres também estão sujeitas à
ação desses hormônios, principalmente após a menopausa, quando
há uma queda dos níveis de hormônios femininos, produzidos
pelos ovários. Existem dois padrões de calvície androgenética: o
o masculino e o feminino.
Os homens manifestam o caminho para a calvície uma ou duas
décadas antes das mulheres. As
áreas mais comuns são a região
frontal (testa) e o alto da cabeça.
São as áreas em que estão os folículos capilares mais sensíveis à
ação dos hormônios masculinos.
Esses hormônios se ligam a receptores dos folículos e acabam
determinando a perda progressiva
da sua função. Os folículos vão
produzindo fios cada vez mais finos e transparentes, até que interrompem totalmente sua atividade.
A calvície masculina fica mais
evidente em determinadas áreas
do couro cabeludo (entradas e o
alto da cabeça).
As mulheres apresentam a calvície, em geral, após a menopausa.
Os hormônios masculinos ganham força e determinam a perda
progressiva de fios. As mulheres
têm uma perda mais difusa, seu
cabelo fica mais ralo como um todo, mas com repercussão mais
discreta do que nos homens .
O Women's HealthSource, publicação mensal da clínica Mayo,
de maio de 98, traz números impressionantes. Segundo o periódico, uma em cada quatro americanas vai ter algum grau de alopécia
androgenética. Cerca de 21 milhões de mulheres enfrentam esse
problema hoje nos EUA. Mas elas
parecem responder melhor aos
tratamentos disponíveis (leia texto
abaixo).
O padrão genético de calvície parece ser herdado tanto do lado materno quanto do paterno. A antiga
máxima: "Olhe para seus pais e
avós para saber como você será",
parece continuar a valer.
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