DA REPORTAGEM LOCAL

O atual subprefeito de Santo Amaro, Benjamin Ribeiro da Silva, atendeu a Folha em companhia de seu assessor de comunicação e do engenheiro Jorge Elói Pereira, na ocasião ainda sem nomeação para a subprefeitura. Silva assumiu o cargo há duas semanas, após a exoneração de Nerilton Antônio do Amaral.
O subprefeito falou pouco. Delegou as explicações ao engenheiro Elói. "Aqui havia uma central de processos. Eu nunca vi isso. A ordem, os fiscais que dizem, era não fiscalizar. Pergunte os motivos para a gestão anterior", disse Elói ao ser perguntado sobre os motivos da ausência de fiscalização na Vieira de Moraes.
Inicialmente o engenheiro relutou em se identificar. Depois deu o nome, mas pediu para não ser citado na reportagem e chegou a tentar soprar as respostas para o subprefeito -pedindo que a Folha desligasse o gravador. Diante da falta de conhecimento técnico de Silva e da impossibilidade de ele decorar respostas longas, concordou em ter o nome publicado.
Nerilton Amaral, o subprefeito que deixou o cargo no começo do mês, disse que a central de processos era um projeto do Executivo.
"A central de processos era um projeto experimental da Comissão de Melhoria de Serviços Públicos da Secretaria da Gestão Pública, da qual eu participava. Cada fiscal tem 500 processos para tocar. A intenção era evitar que eles saíssem para onde quisessem ou para onde fosse mais lucrativo, sem prestar contas para a chefia. O engenheiro Elói foi colocado à disposição por mim, no começo desta administração, porque havia indícios fortes de que ele comandava um esquema em Santo Amaro", disse Amaral.
Segundo ele, a fiscalização do prédio fantasma, cujo caso ele mesmo encaminhou inicialmente à Ouvidoria, não foi feita porque os fiscais respondem a "interesses obscuros, que não são exatamente o interesse público". (SC)

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