DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília

O Ministério da Educação e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) assinam na próxima quinta-feira convênio de US$ 3 milhões para produzir vídeos e substituir professores nas escolas públicas que não puderem contratar mão-de-obra.
O dinheiro se destina a escolas de ensino médio com falta de professores de matemática, biologia, química e física. O projeto deve começar a funcionar a partir do segundo semestre deste ano.
Os vídeos terão formato semelhante ao do Telecurso 2000 -programa de educação à distância desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho.
A principal diferença é que as aulas do Telecurso duram apenas 15 minutos e expõem a matéria de forma compacta, porque são destinadas a alunos de supletivo.
Os vídeos desenvolvidos pelo MEC terão duração equivalente à de uma aula regular (45 minutos).
"Vamos oferecer uma alternativa aos Estados para que possam atender à explosão da demanda de vagas no ensino médio. Escolhemos matemática e ciências, porque nessas áreas há maior carência de professores", afirmou o ministro Paulo Renato Souza (Educação).
As aulas em vídeo elaboradas pelo MEC serão acompanhadas de atividades para serem realizadas em sala de aula, orientadas por um monitor -professor habilitado, mas que não precisa ter formação específica na área.
"Não estamos querendo substituir o professor por novas tecnologias. O objetivo é oferecer um instrumento adicional aos Estados", disse o ministro.
O MEC também pretende utilizar o rádio para alfabetizar jovens e adultos em áreas em que há carência de profissionais. O projeto está sendo desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância e ficará pronto neste semestre.
Ontem Paulo Renato assinou convênio com a Fundação Roberto Marinho para que as aulas do Telecurso 2000 sejam exibidas nas escolas da rede pública que dispõem do kit do TV Escola (vídeo, TV e antena parabólica).
O objetivo é fazer com que professores que ainda não concluíram o ensino médio tenham uma alternativa para completar sua formação.


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