São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 2000


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AMAZÔNIA
Empresa tem membros do setor público, privado e da comunidade científica
Brasil vai desenvolver biotecnologia

da Agência Folha

A partir de agora, os laboratórios vão ter de firmar parceria com a Bioamazônia, entidade criada pelo governo, para poder desenvolver produtos cujo princípio ativo será extraído de plantas, animais ou microorganismos da região amazônica. Essa determinação é do Probem (Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia), da Secretaria de Coordenação da Amazônia, para evitar biopirataria.
A Bioamazônia (Associação Brasileira para o Uso Sustentável da Amazônia) é constituída por representantes do setor público, dos laboratórios, da comunidade científica e da sociedade.
De acordo com o diretor-geral da Bioamazônia, Wanderley Messias da Costa, empresas dos segmentos de fármacos, de higiene e limpeza, de perfumaria, de cosméticos e de suplementos nutricionais serão as principais parceiras da associação.
Para ele, a associação pretende atuar no mercado como uma empresa. "Vamos fazer com que os produtos extraídos da floresta passem por um complexo processo de pesquisa e de desenvolvimento no CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), em construção no Distrito Industrial de Manaus (AM).
O CBA vai trabalhar com vários laboratórios associados. Costa afirmou que os produtos, como extratos e princípios ativos, terão potencial para concorrer no mercado mundial de bioprodutos.
O economista David L. Hathaway, da ONG AS-PTA (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa), ressaltou a necessidade de garantir o respeito e os direitos das comunidades amazônicas, detentoras de conhecimento da flora e da fauna. "O que o governo chama de patrimônio da Amazônia deve abarcar o saber da população cabocla e indígena da região".
Anteontem, a Bioamazônia e o Banco Axial assinaram em São Paulo a criação do FPBA (Fundo Permanente para a Biodiversidade da Amazônia).
O Axial é uma instituição privada brasileira de investimento, desenvolvimento e administração financeira nas áreas de meio ambiente, biodiversidade e agroquímica. O FPBA vai canalizar investimentos para a biotecnologia, definida como qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicos ou organismos vivos para produzir e modificar produtos e processos. O FPBA já conta com US$ 1 bilhão, metade dos recursos doados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e metade vinda do Fundo das Nações Unidas. ANDRÉA DE LIMA


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