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AMAZÔNIA
Empresa tem membros do setor público, privado e da comunidade científica
Brasil vai desenvolver biotecnologia
da Agência Folha
A partir de agora, os laboratórios vão ter de firmar parceria
com a Bioamazônia, entidade
criada pelo governo, para poder
desenvolver produtos cujo princípio ativo será extraído de plantas,
animais ou microorganismos da
região amazônica. Essa determinação é do Probem (Programa
Brasileiro de Ecologia Molecular
para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia), da Secretaria de Coordenação da Amazônia, para evitar biopirataria.
A Bioamazônia (Associação
Brasileira para o Uso Sustentável
da Amazônia) é constituída por
representantes do setor público,
dos laboratórios, da comunidade
científica e da sociedade.
De acordo com o diretor-geral
da Bioamazônia, Wanderley
Messias da Costa, empresas dos
segmentos de fármacos, de higiene e limpeza, de perfumaria, de
cosméticos e de suplementos nutricionais serão as principais parceiras da associação.
Para ele, a associação pretende
atuar no mercado como uma empresa. "Vamos fazer com que os
produtos extraídos da floresta
passem por um complexo processo de pesquisa e de desenvolvimento no CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), em construção no Distrito Industrial de
Manaus (AM).
O CBA vai trabalhar com vários
laboratórios associados. Costa
afirmou que os produtos, como
extratos e princípios ativos, terão
potencial para concorrer no mercado mundial de bioprodutos.
O economista David L. Hathaway, da ONG AS-PTA (Assessoria
e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa), ressaltou a necessidade de garantir o respeito e
os direitos das comunidades
amazônicas, detentoras de conhecimento da flora e da fauna.
"O que o governo chama de patrimônio da Amazônia deve abarcar
o saber da população cabocla e indígena da região".
Anteontem, a Bioamazônia e o
Banco Axial assinaram em São
Paulo a criação do FPBA (Fundo
Permanente para a Biodiversidade da Amazônia).
O Axial é uma instituição privada brasileira de investimento, desenvolvimento e administração
financeira nas áreas de meio ambiente, biodiversidade e agroquímica. O FPBA vai canalizar investimentos para a biotecnologia, definida como qualquer aplicação
tecnológica que use sistemas biológicos ou organismos vivos para
produzir e modificar produtos e
processos. O FPBA já conta com
US$ 1 bilhão, metade dos recursos
doados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e
metade vinda do Fundo das Nações Unidas.
ANDRÉA DE LIMA
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