SORAYA AGÉGE
da Reportagem Local

O Órgão Especial do TJ (Tribunal de Justiça) do Estado de São Paulo negou ontem, por unanimidade, o pedido de anulação da cassação do ex-deputado estadual Hanna Garib (sem partido).
O ex-deputado deve recorrer ao STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Ele está em licença sem remuneração da SAR (Secretaria das Administrações Regionais), de onde recebia cerca de R$ 5.000 por mês.
Segundo o desembargador Gildo dos Santos, relator do processo no Órgão Especial, o TJ considerou válida a representação contra Garib, pedida pela Assembléia Legislativa.
"A representação se reportava aos fatos e atos apurados, permitindo ampla defesa, que ele exerceu", afirmou o relator. Garib alegou que teve seus direitos de ampla defesa violados.
O advogado de Garib, Paulo Sérgio Leite Fernandes, disse que o recurso ao STJ é natural.
Fernandes afirmou que ficou surpreendido com a mudança de parecer da Procuradoria Geral da Justiça. Há cerca de duas semanas, foi confirmado um primeiro parecer da Procuradoria, alegando que Garib estava com a defesa cerceada e a Assembléia não tinha acusação precisa.
Ontem, a Procuradoria Geral anunciou uma nova opinião. "Eu achei extravagante a mudança de parecer e sinto uma tristeza muito grande por isso", disse Fernandes. Garib não foi localizado ontem pela Folha. Em ocasiões anteriores, ele negou envolvimento na "máfia da propina".

Histórico
Garib teve o mandato de deputado cassado por quebrar o decoro parlamentar, sob acusação de de chefiar a rede de corrupção da Regional da Sé.
Quando era vereador da bancada pepebista, Garib tinha o controle político da Regional da Sé. Ele seria o destinatário final da propina que os fiscais da prefeitura arrecadariam na região.
O ex-deputado foi denunciado à Justiça por concussão e formação de quadrilha e aguarda a decisão em liberdade.



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