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FOLIA
Violência e falta de infra-estrutura transformam folia em motivo de estresse
Carnaval exige cautela e paciência do veranista
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL AO LITORAL
Paciência, precaução e coragem.
Esses serão os requisitos imprescindíveis a quem estiver passando
o feriadão do Carnaval nas praias
do litoral paulista.
Com infra-estrutura precária
para atender a demanda da população flutuante e índices de violência que não param de crescer,
as cidades praianas devem se tornar um microcosmo da capital
durante os festejos carnavalescos
deste ano.
A situação mais grave é a de
Praia Grande. Preocupadas com o
crescimento da violência -a cidade chegou a ser considerada
uma das mais perigosas do Estado-, as autoridades locais suspenderam as comemorações carnavalescas este ano.
"Conseguir realizar os shows do
verão sem nenhum incidente já
foi uma vitória. Não podemos
brincar com a sorte no Carnaval",
diz o secretário de Turismo da cidade, Manuel Carlos Peres.
Situações não menos dramáticas acontecem em outras cidades.
O crescente número de arrombamentos, sequestros-relâmpagos e
assaltos está afastando os veranistas do Carnaval de Peruíbe, o mais
badalado do litoral sul.
"O que tem de proprietários colocando a casa para alugar não é
brincadeira", afirma o corretor de
imóveis Ildo Inocêncio. Há 28
anos no mercado imobiliário local, Inocêncio diz que nunca viu
uma debandada tão grande no
período em que normalmente deveria haver a maior ocupação de
residências.
Reforço
Para tentar minimizar os problemas relacionados à violência, a
Operação Verão, que trouxe para
o litoral um reforço de 1.400 PMs
ao contingente de 3.400 do litoral,
será mantida até o dia 5 de março.
No ano passado, o reforço deixou
as praias antes do início das celebrações do Carnaval.
"O aumento de PMs será importante, mas a colaboração do
turista continua sendo fundamental", afirma o coronel Alberto
Silveira Rodrigues, que comanda
todo o efetivo.
Para Rodrigues, atitudes simples, como evitar o consumo demasiado de bebidas alcoólicas,
não ostentar dinheiro ou objetos
de valor e procurar andar sempre
em grupo podem colaborar para a
diminuição da criminalidade nos
dias de Carnaval.
Caos
O litoral norte não apresenta índices tão proeminentes de violência, mas o grande número de veículos deve ocasionar muitos congestionamentos nas estradas e rodovias da região.
Segundo estimativas do Detran
de São Sebastião, mais de 250 mil
automóveis devem chegar à cidade até a noite de hoje, quase 35 vezes mais que a frota da cidade.
As previsões também não são
animadoras para o litoral sul e
baixada santista. Estimativas da
Ecovias, empresa responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes,
apontam que 490 mil veículos estarão circulando na ruas normalmente tranquilas dessa região.
Atrações
Os turistas que suportarem o estresse poderão aproveitar programações especiais de prefeituras e
casas noturnas para o Carnaval.
No norte, destaque para as festas tradicionais, como o "Carnamar", em São Sebastião, e o "Banho da Dorotéia", em Ilhabela
(veja o guia das principais atrações do Carnaval à pág. 4).
A folia no Guarujá ficará por
conta de bandas populares que
desfilarão pelas praias e pelos
bairros do distrito de Vicente de
Carvalho. Neste domingo (25),
haverá um desfile conjunto na
avenida Santos Dumont.
Impedidas de desfilar na orla
por uma medida judicial, as escolas de samba de Santos vão acabar
animando os bairros onde mantêm suas sedes.
Como de costume, as prefeituras do litoral sul realizarão shows
gratuitos e desfile de blocos na orla da praia durante o Carnaval.
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