São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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FOLIA

Violência e falta de infra-estrutura transformam folia em motivo de estresse

Carnaval exige cautela e paciência do veranista

GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL AO LITORAL

Paciência, precaução e coragem. Esses serão os requisitos imprescindíveis a quem estiver passando o feriadão do Carnaval nas praias do litoral paulista.
Com infra-estrutura precária para atender a demanda da população flutuante e índices de violência que não param de crescer, as cidades praianas devem se tornar um microcosmo da capital durante os festejos carnavalescos deste ano.
A situação mais grave é a de Praia Grande. Preocupadas com o crescimento da violência -a cidade chegou a ser considerada uma das mais perigosas do Estado-, as autoridades locais suspenderam as comemorações carnavalescas este ano.
"Conseguir realizar os shows do verão sem nenhum incidente já foi uma vitória. Não podemos brincar com a sorte no Carnaval", diz o secretário de Turismo da cidade, Manuel Carlos Peres.
Situações não menos dramáticas acontecem em outras cidades. O crescente número de arrombamentos, sequestros-relâmpagos e assaltos está afastando os veranistas do Carnaval de Peruíbe, o mais badalado do litoral sul.
"O que tem de proprietários colocando a casa para alugar não é brincadeira", afirma o corretor de imóveis Ildo Inocêncio. Há 28 anos no mercado imobiliário local, Inocêncio diz que nunca viu uma debandada tão grande no período em que normalmente deveria haver a maior ocupação de residências.

Reforço
Para tentar minimizar os problemas relacionados à violência, a Operação Verão, que trouxe para o litoral um reforço de 1.400 PMs ao contingente de 3.400 do litoral, será mantida até o dia 5 de março. No ano passado, o reforço deixou as praias antes do início das celebrações do Carnaval.
"O aumento de PMs será importante, mas a colaboração do turista continua sendo fundamental", afirma o coronel Alberto Silveira Rodrigues, que comanda todo o efetivo.
Para Rodrigues, atitudes simples, como evitar o consumo demasiado de bebidas alcoólicas, não ostentar dinheiro ou objetos de valor e procurar andar sempre em grupo podem colaborar para a diminuição da criminalidade nos dias de Carnaval.

Caos
O litoral norte não apresenta índices tão proeminentes de violência, mas o grande número de veículos deve ocasionar muitos congestionamentos nas estradas e rodovias da região.
Segundo estimativas do Detran de São Sebastião, mais de 250 mil automóveis devem chegar à cidade até a noite de hoje, quase 35 vezes mais que a frota da cidade.
As previsões também não são animadoras para o litoral sul e baixada santista. Estimativas da Ecovias, empresa responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes, apontam que 490 mil veículos estarão circulando na ruas normalmente tranquilas dessa região.

Atrações
Os turistas que suportarem o estresse poderão aproveitar programações especiais de prefeituras e casas noturnas para o Carnaval.
No norte, destaque para as festas tradicionais, como o "Carnamar", em São Sebastião, e o "Banho da Dorotéia", em Ilhabela (veja o guia das principais atrações do Carnaval à pág. 4).
A folia no Guarujá ficará por conta de bandas populares que desfilarão pelas praias e pelos bairros do distrito de Vicente de Carvalho. Neste domingo (25), haverá um desfile conjunto na avenida Santos Dumont.
Impedidas de desfilar na orla por uma medida judicial, as escolas de samba de Santos vão acabar animando os bairros onde mantêm suas sedes.
Como de costume, as prefeituras do litoral sul realizarão shows gratuitos e desfile de blocos na orla da praia durante o Carnaval.

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