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Carnavalescos dizem que
está difícil animar o público
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
A apatia do público presente
ao Sambódromo no primeiro
dia dos desfiles
das escolas de
samba do Grupo Especial do
Rio preocupou os carnavalescos.
"O Carnaval está em declínio. A
cada ano fica mais difícil empolgar
o público. Está tudo muito chocho", queixou-se Renato Lage, da
Mocidade Independente.
O carnavalesco da Portela, Ilvamar Magalhães, acha que as escolas de samba precisam "descobrir
o que o público está esperando".
"Há momentos em que o público é
sensibilizado por algo que o faz levantar, como a melodia do samba
ou outra coisa qualquer. Mas talvez seja difícil descobrir o que público está precisando para se sensibilizar", disse o carnavalesco à
Folha, logo após a passagem de
sua escola pela avenida.
Apenas uma das sete escolas de
samba, a Acadêmicos do Grande
Rio, conseguiu arrancar da platéia
do Sambódromo alguns gritos de
"É campeã".
Para Lage, campeão pela Mocidade em 1990, 1991 e 1996, há uma
crise de criatividade que, aliada à
rigidez dos regulamentos dos desfiles, estaria tornando o espetáculo tecnicamente perfeito mas sem
emoção.
"Alguém precisa mudar alguma
coisa. O que se faz aqui agora é um
espetáculo que pode acontecer em
qualquer lugar do mundo e em
qualquer época do ano. Isso não é
mais Carnaval", disse.
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