São Paulo, terça, 24 de fevereiro de 1998

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Carnavalescos dizem que está difícil animar o público

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

A apatia do público presente ao Sambódromo no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio preocupou os carnavalescos.
"O Carnaval está em declínio. A cada ano fica mais difícil empolgar o público. Está tudo muito chocho", queixou-se Renato Lage, da Mocidade Independente.
O carnavalesco da Portela, Ilvamar Magalhães, acha que as escolas de samba precisam "descobrir o que o público está esperando". "Há momentos em que o público é sensibilizado por algo que o faz levantar, como a melodia do samba ou outra coisa qualquer. Mas talvez seja difícil descobrir o que público está precisando para se sensibilizar", disse o carnavalesco à Folha, logo após a passagem de sua escola pela avenida.
Apenas uma das sete escolas de samba, a Acadêmicos do Grande Rio, conseguiu arrancar da platéia do Sambódromo alguns gritos de "É campeã".
Para Lage, campeão pela Mocidade em 1990, 1991 e 1996, há uma crise de criatividade que, aliada à rigidez dos regulamentos dos desfiles, estaria tornando o espetáculo tecnicamente perfeito mas sem emoção.
"Alguém precisa mudar alguma coisa. O que se faz aqui agora é um espetáculo que pode acontecer em qualquer lugar do mundo e em qualquer época do ano. Isso não é mais Carnaval", disse.



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