São Paulo, terça, 24 de fevereiro de 1998

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Ivete acorda cedo para trabalhar

FABIO SCHIVARTCHE
enviado especial a Salvador

São 7 da manhã em Salvador e o sol está despontando. Enquanto Carla Perez dorme e Daniela Mercury volta para casa, a nova musa do Carnaval, a vocalista da banda Eva, Ivete Sangalo, 25, acorda.
Durante os dias de folia, ela "madruga" para iniciar uma maratona de preparativos que só vai terminar por volta das 14h -pouco antes de subir no trio elétrico e arrastar multidões. "É duro acordar cedo, mas fico ansiosa para subir no trio e levanto da cama voando."
Ela acorda e já vai direto para a bicicleta. São 40 minutos pedalando para depois fazer, pelo menos, 300 abdominais. E ela considera o ritmo leve. "Normalmente, faço três horas diárias de exercícios. No Carnaval, diminuo pela metade."
Uma ducha com creme para os cabelos e, por volta das 9h30, chega a hora da primeira das duas refeições do dia.
"Adoro frutas e como até ficar empazinada (estufada). Também como mingau de tapioca, para dar 'sustância'", diz Ivete, que vai cantar e pular por mais de seis horas seguidas. A outra refeição, só quando voltar ao hotel, à noite, antes de uma sessão de massagem.
Às 10h, começa a maratona de embelezamento, que pode durar até quatro horas. Tudo é feito sob a supervisão de seus irmãos-empresários-produtores. "Acho supersalutar ter a família por perto no trabalho", diz Ivete, que não se inibe em imitar as tartarugas-ninja para alegrar o ambiente.
Na manhã de ontem, a Folha acompanhou os preparativos da estrela da família Sangalo, natural de Juazeiro que passou a infância no bairro da Federação, em Salvador. Hoje, mora com o marido no bairro da Pituba.
Enquanto ela deixava o cabelo nas mãos de Moreno e a pintura dos olhos com o talento da francesa Marie, reclamava dos calos nos pés. "Não é fácil pular com essas botas de salto sete", afirma.
Chega a mãe, Maria, o irmão, Ricardo, e o festival de piadas e brincadeiras começa. De repente, Ivete grita: "Aumenta o volume da TV". É uma reprise do desfile de domingo, que a artista, perfeccionista, quer rever para "melhorar ainda mais da próxima vez".
É hora de aquecer a voz. Afinal, diz Ivete, não é fácil cantar cerca de 100 músicas sem preparar os músculos da garganta.
Ela olha pela janela, se despede da vista da ilha de Itaparica, desce pelo elevador e entra no furgão que a conduz ao trio. No caminho, distribui autógrafos a crianças e responde aos acenos.
São 15h. A banda está pronta. Os músicos fazem uma roda e, de mãos dadas, uma oração. "E aí, meu rei, é só alegria", afirma a elétrica Ivete, já pensando em participar do arrastão da Timbalada de Carlinhos Brown, na quarta-feira de cinzas.



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