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Ivete acorda cedo para trabalhar
FABIO SCHIVARTCHE
enviado especial a Salvador
São 7 da manhã em Salvador e o
sol está despontando. Enquanto
Carla Perez dorme e Daniela Mercury volta para casa, a nova musa
do Carnaval, a vocalista da banda
Eva, Ivete Sangalo, 25, acorda.
Durante os dias de folia, ela "madruga" para iniciar uma maratona
de preparativos que só vai terminar por volta das 14h -pouco antes de subir no trio elétrico e arrastar multidões. "É duro acordar cedo, mas fico ansiosa para subir no
trio e levanto da cama voando."
Ela acorda e já vai direto para a
bicicleta. São 40 minutos pedalando para depois fazer, pelo menos,
300 abdominais. E ela considera o
ritmo leve. "Normalmente, faço
três horas diárias de exercícios. No
Carnaval, diminuo pela metade."
Uma ducha com creme para os
cabelos e, por volta das 9h30, chega a hora da primeira das duas refeições do dia.
"Adoro frutas e como até ficar
empazinada (estufada). Também
como mingau de tapioca, para dar
'sustância'", diz Ivete, que vai cantar e pular por mais de seis horas
seguidas. A outra refeição, só
quando voltar ao hotel, à noite,
antes de uma sessão de massagem.
Às 10h, começa a maratona de
embelezamento, que pode durar
até quatro horas. Tudo é feito sob
a supervisão de seus irmãos-empresários-produtores. "Acho supersalutar ter a família por perto
no trabalho", diz Ivete, que não se
inibe em imitar as tartarugas-ninja
para alegrar o ambiente.
Na manhã de ontem, a Folha
acompanhou os preparativos da
estrela da família Sangalo, natural
de Juazeiro que passou a infância
no bairro da Federação, em Salvador. Hoje, mora com o marido no
bairro da Pituba.
Enquanto ela deixava o cabelo
nas mãos de Moreno e a pintura
dos olhos com o talento da francesa Marie, reclamava dos calos nos
pés. "Não é fácil pular com essas
botas de salto sete", afirma.
Chega a mãe, Maria, o irmão, Ricardo, e o festival de piadas e brincadeiras começa. De repente, Ivete
grita: "Aumenta o volume da TV".
É uma reprise do desfile de domingo, que a artista, perfeccionista, quer rever para "melhorar ainda mais da próxima vez".
É hora de aquecer a voz. Afinal,
diz Ivete, não é fácil cantar cerca
de 100 músicas sem preparar os
músculos da garganta.
Ela olha pela janela, se despede
da vista da ilha de Itaparica, desce
pelo elevador e entra no furgão
que a conduz ao trio. No caminho,
distribui autógrafos a crianças e
responde aos acenos.
São 15h. A banda está pronta. Os
músicos fazem uma roda e, de
mãos dadas, uma oração. "E aí,
meu rei, é só alegria", afirma a elétrica Ivete, já pensando em participar do arrastão da Timbalada de
Carlinhos Brown, na quarta-feira
de cinzas.
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