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Construtora permitiu ocupação
da Sucursal do Rio
Os moradores do condomínio
Palace negam que tenham ocupado irregularmente os prédios e
apresentaram documentos que indicam que a construtora Sersan,
do deputado federal Sérgio Naya
(PPB-MG), fez a entrega formal
das chaves.
Os moradores reuniram-se ontem e decidiram entrar com ação
judicial contra a construtora Sersan, a partir de quinta-feira, para o
ressarcimento de perdas e danos.
Eles estavam revoltados por estarem sendo acusados de invasão.
Marcelo França, marido de Fátima Ferraz, uma das vítimas do desabamento, apresentou o termo
de recebimento das chaves de seu
apartamento. Assinado no dia 8 de
agosto do ano passado, o contrato
estabelecia uma garantia mínima
de cinco anos "pela solidez e segurança do imóvel".
"Graças a Deus guardei os documentos na casa de minha mãe, assim posso provar que não somos
invasores. Eu paguei e assinei documentos para morar aqui", disse
ele, que está, junto com outros 15
moradores, no apartamento do
amigo Neoli Prado Ferreira.
"Assim que eu tiver a certeza de
que minha mulher está morta, vou
registrar ocorrência de assassinato
contra essa gangue de mentirosos", disse. Quando lhe perguntaram se acreditava ser possível que
Fátima ainda estivesse viva, respondeu: "Vendo isto, dá para ter
esperança?".
Luzia Guimarães Batista, moradora do apartamento 1.808 do bloco 2, também mostrou um documento registrado no 18º Ofício de
Notas, em 20 de junho de 1996,
que reconhece a escritura de seu
apartamento.
"A primeira coisa que lembrei de
pegar quando soube da possibilidade de desabamento foi esse documento, para provar que o apartamento era meu", disse.
Os moradores estão indignados
com as acusações de que teriam
invadido os dois prédios antes que
fosse dado o habite-se (autorização para ocupação).
"Ninguém invadiu, a chave me
foi entregue pela empresa", disse
Samuel de Mattos, morador do
bloco 1, apartamento 2.205.
Segundo ele, "quem afirma que
os moradores invadiram está se
evadindo da verdade".
Mattos afirmou que a empresa
não deu o acabamento necessário
ao imóvel, antes de entregá-lo.
"Tive que colocar tudo, até mesmo vasos sanitários", afirmou.
Luiz Eduardo Duarte Correia,
morador do bloco 1, apartamento
901, disse que recebeu suas chaves
formalmente da empresa em março de 95.
Ele está processando a empresa
na 28ª Vara Cível, para ser ressarcido pelo conserto de infiltrações
de água em dois quartos.
A corretora Dionízia Americano, do bloco 1, disse que, ao ocuparem os apartamentos, os moradores negociaram com a empreiteira arcar com as obras de acabamento em troca do abatimento
das prestações.
A secretária municipal de Urbanismo, Hélia Nacif, disse que a
construtora realmente entregou as
chaves aos compradores, mas não
poderia tê-lo feito, por não ter o
habite-se. "Se os moradores entraram assim, foram enganados",
disse ela.
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