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Construtora divulga nota
da Sucursal de Brasília
A direção da construtora Sersan divulgou nota oficial ontem na qual afirma que a causa
do desabamento do prédio pode ter sido uma obra em algum
dos 44 apartamentos.
Eduardo Pascoal, síndico do
bloco 1, disse que não estava
sendo feita nenhuma grande
obra nos dois edifícios, apenas
trabalhos de acabamento, como a colocação de azulejos.
O engenheiro Gilberto Menezes Moraes, professor da Faculdade de Engenharia da Uerj
(Universidade de Estado do
Rio), afirmou que a construção de uma piscina na cobertura não poderia afetar a estrutura do edifício.
A moradora Mônica Menezes, do apartamento 1.203, disse que as coberturas 2.207 e
2.205 possuem duas piscinas
pequenas de fibra de vidro, que
estariam vazias.
"Os pilares de sustentação de
um edifício, normalmente, são
construídos com uma grande
margem de segurança. São capazes de aguentar duas vezes o
seu peso", disse Moraes, rebatendo a tese de que uma obra
na cobertura teria causado o
desabamento.
Uma das hipóteses levantadas pelo professor para que tenha acontecido o desastre seria
a utilização de água salobra na
composição do concreto dos
pilares de sustentação.
Segundo ele, o cloreto presente nessa água -existente
no solo da Barra da Tijuca-
teria acelerado o processo de
corrosão do metal dos pilares.
Leia abaixo a íntegra da nota:
"A Sersan Sociedade de Terraplenagem,
Construção Civil e Agropecuária Ltda. lamenta
profundamente o acidente ocorrido no Edifício
Palace 2 na madrugada de 22 de fevereiro. A
Sersan é uma empresa nascida em Brasília há 22
anos e durante todos esses anos dirigiu sua atividade para a área de construção civil. Em Brasília, entregamos obras que representam um
marco na cidade. São de nossa construção mais
de 50 prédios e 5.000 apartamentos, totalizando
milhares de metros quadrados em obras. No
Rio de Janeiro, já construímos e entregamos
mais de mil apartamentos, todos na Barra da
Tijuca, em prédios localizados no Canal de Marapendi e na rua Jornalista Henrique Cordeiro.
Nessa rua, a Sersan construiu e entregou os
prédios Aloha, Sunset e Royal, e está prestes a
entregar os prédios Palace 1 e 2. Em relação ao
acidente nesse último prédio, não foram ainda
apuradas as causas que o motivaram. Mas, enquanto aguardamos o laudo técnico-pericial,
podemos constatar que, como foram atingidas
somente a parte posterior do prédio, queremos
crer que esse efeito apenas ocorreria por força
de uma sobrecarga ocasionada por algum proprietário que, em seu apartamento, estivesse
realizando obras fora das especificações e da
capacidade de carga das varandas. A Sersan
aguarda o laudo pericial, e, repetimos, lamenta
profundamente o acidente, ainda mais se constatada a perda de vidas humanas. Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1998. A Diretoria.
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