São Paulo, Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 1999
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Camelô teria loteado viaduto, diz polícia

da Reportagem Local

O presidente da Associação dos Camelôs Independentes do Estado de São Paulo, Gilberto Monteiro da Silva, 36, é acusado pela polícia de comandar o esquema de extorsão a ambulantes do viaduto Santo Ifigênia (centro).
Ele foi apontado por fiscais da Administração Regional da Sé e ambulantes da região como sendo o responsável pela venda dos pontos de comércio no viaduto e pelo recolhimento de propina semanal.
As investigações começaram no dia 31 de janeiro, quando a polícia infiltrou um investigador entre os camelôs e flagrou a ambulante Aparecida Santiago recolhendo dinheiro dos colegas pela estadia no local. A partir daí, pelo menos 16 fiscais da regional foram presos por envolvimento no esquema.
"O que queremos saber é como uma pessoa pode arrecadar tanto dinheiro e ter certeza de que nenhum funcionário público vai retirar seus inquilinos do local", disse o delegado Romeu Tuma Jr., que investiga a máfia da Sé. Segundo Tuma Jr., Silva cobrava de R$ 2.000 a R$ 25 mil pelos pontos na região, além da propina semanal.
Perguntado há um mês por que os camelôs da Santa Ifigênia não eram removidos para os bolsões, o prefeito Celso Pitta disse que o comércio ambulante é um problema social e que a remoção ocorrerá para a reforma do viaduto.
Gilberto da Silva continuava prestando depoimento à polícia até as 20h de ontem. Segundo Tuma Jr., ele já havia admitido que encaminhava o dinheiro à regional da Sé, mas não havia dado nomes de quem recebia a propina.


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