São Paulo, Sábado, 24 de Abril de 1999
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Leia a nota do ex-prefeito

da Redação

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada ontem pelo ex-prefeito Paulo Maluf.

"1. A cidade de São Paulo, com meu voto, deu ao senhor Celso Pitta a oportunidade de melhorar a vida do paulistano. Em vez de fazer isso, ele investe seu tempo me agredindo, quando deveria priorizar seu trabalho para bem administrar a cidade, pois foi para isso que os paulistanos o elegeram. Na verdade, ele é traidor dos votos que recebeu, até porque sozinho ele não teria voto nenhum.
2. Lamento e peço desculpas à população de São Paulo, porque o Celso Pitta que recomendei era outro. Espero que Deus me dê força e saúde para, no tempo, resgatar as consequências dessa escolha. Imaginei que seria melhor a indicação de um executivo sem passado político para dar continuidade à minha administração. Depois de empossado, ele mudou.
3. Se irregularidades existem na prefeitura, o atual prefeito está no cargo há dois anos e quatro meses e só agora, por causa de uma CPI na Câmara Municipal, está sendo coagido a tomar providências. A herança que ele recebeu de minha administração foi uma prefeitura saneada.
Dos 180 mil funcionários herdados da gestão petista em 1993 (folha = 58% do orçamento), entre a administração direta e indireta, entreguei ao senhor Celso Pitta a máquina administrativa em 1996 com 120 mil pessoas (folha = 28% do orçamento).
Deixei a folha de pagamento com R$ 111 milhões mensais e o mais baixo custo fixo orçamentário da história do país. Deixei a prefeitura com o maior índice de investimentos da sua história, o que mudou a cara da cidade.
4. A propósito de herança, ninguém melhor do que aquele que então era o meu secretário das Finanças, o senhor Celso Pitta, para saber exatamente o que estava recebendo: uma administração em ordem.
5. Quanto ao impeachment do prefeito, assunto que ele mesmo faz questão de abordar, envolvendo nisso o meu nome e o do presidente do Congresso Nacional, senador Antonio Carlos Magalhães, esse é um problema dele, prefeito, com a egrégia Câmara Municipal.
6. Repito: se tivesse pulso firme, Celso Pitta estaria administrando São Paulo com aprovação popular e não com índice de 73% de reprovação a seu governo."


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