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HISTÓRICO
Rompimento começou na campanha eleitoral de 98
da Reportagem Local
Celso Pitta e Paulo Maluf começaram a se desentender no início
da campanha eleitoral do ano
passado, quando o ex-prefeito de
São Paulo disputou e perdeu para Mário Covas (PSDB) o governo estadual.
Alertado pelo seus publicitários de que a baixa popularidade
de Pitta poderia comprometê-lo
na eleição, Maluf surgiu no horário eleitoral gratuito tentando
desvincular a sua imagem da do
atual prefeito.
Maluf disse que Pitta começou
"muito mal" e que os eleitores
não deixavam de ter razão por
estarem com raiva dele (Maluf),
que havia pedido votos para o
atual prefeito paulistano.
Naquele dia -18 de agosto-,
Celso Pitta decidiu iniciar um
distanciamento gradual de Maluf, sem, contudo, romper publicamente com ele. Pitta temia ficar taxado de "traidor".
Após a derrota de Maluf na
eleição, Pitta afastou antigos secretários do ex-prefeito, que tinham sido mantidos na sua administração.
Pitta demitiu Reynaldo de Barros e Edevaldo Alves da Silva
com a desculpa de que eles haviam manifestado diversas vezes
o desejo de deixar seus cargos.
Mais explícita foi a primeira-dama, Nicéa Pitta, que declarou
que 98 tinha sido o "ano da libertação" do casal, pois a partir das
demissões dos malufistas, Pitta
poderia governar ao seu modo,
sem influências.
Dias depois, Nicéa voltou a carga e declarou à Folha que havia
votado em Mário Covas no segundo turno das eleições.
Disse também ter "pena" do
ex-prefeito e do ex-secretário de
Governo de Maluf, Edevaldo Alves da Silva.
Apesar das farpas da primeira-dama - e das respostas de Maluf-, não ocorreu o rompimento público entre os dois.
Tanto que continuaram no
mesmo partido, o PPB.
Pitta dizia que estava ocorrendo apenas um certo distanciamento político, por divergências
entre os dois, mas que elas não
afetavam o plano pessoal.
O rompimento ocorreu apenas
no dia 25 de março. Pitta deixou
o partido dizendo que houve
"uma certa ingratidão" do seu
antecessor. Maluf havia dito no
dia anterior que não tinha nada a
ver com a atual gestão.
De lá para cá, os dois têm trocados críticas e um advogado de
Pitta chegou até a ameaçar entregar um dossiê contra Maluf ao
Ministério Público. Após o anúncio do advogado, Pitta chegou,
de fato, a levar textos para o Ministério Público que, porém, não
comprometiam o ex-prefeito.
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