São Paulo, Sábado, 24 de Abril de 1999
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HISTÓRICO

Rompimento começou na campanha eleitoral de 98

da Reportagem Local

Celso Pitta e Paulo Maluf começaram a se desentender no início da campanha eleitoral do ano passado, quando o ex-prefeito de São Paulo disputou e perdeu para Mário Covas (PSDB) o governo estadual.
Alertado pelo seus publicitários de que a baixa popularidade de Pitta poderia comprometê-lo na eleição, Maluf surgiu no horário eleitoral gratuito tentando desvincular a sua imagem da do atual prefeito.
Maluf disse que Pitta começou "muito mal" e que os eleitores não deixavam de ter razão por estarem com raiva dele (Maluf), que havia pedido votos para o atual prefeito paulistano.
Naquele dia -18 de agosto-, Celso Pitta decidiu iniciar um distanciamento gradual de Maluf, sem, contudo, romper publicamente com ele. Pitta temia ficar taxado de "traidor".
Após a derrota de Maluf na eleição, Pitta afastou antigos secretários do ex-prefeito, que tinham sido mantidos na sua administração.
Pitta demitiu Reynaldo de Barros e Edevaldo Alves da Silva com a desculpa de que eles haviam manifestado diversas vezes o desejo de deixar seus cargos.
Mais explícita foi a primeira-dama, Nicéa Pitta, que declarou que 98 tinha sido o "ano da libertação" do casal, pois a partir das demissões dos malufistas, Pitta poderia governar ao seu modo, sem influências.
Dias depois, Nicéa voltou a carga e declarou à Folha que havia votado em Mário Covas no segundo turno das eleições.
Disse também ter "pena" do ex-prefeito e do ex-secretário de Governo de Maluf, Edevaldo Alves da Silva.
Apesar das farpas da primeira-dama - e das respostas de Maluf-, não ocorreu o rompimento público entre os dois.
Tanto que continuaram no mesmo partido, o PPB.
Pitta dizia que estava ocorrendo apenas um certo distanciamento político, por divergências entre os dois, mas que elas não afetavam o plano pessoal.
O rompimento ocorreu apenas no dia 25 de março. Pitta deixou o partido dizendo que houve "uma certa ingratidão" do seu antecessor. Maluf havia dito no dia anterior que não tinha nada a ver com a atual gestão.
De lá para cá, os dois têm trocados críticas e um advogado de Pitta chegou até a ameaçar entregar um dossiê contra Maluf ao Ministério Público. Após o anúncio do advogado, Pitta chegou, de fato, a levar textos para o Ministério Público que, porém, não comprometiam o ex-prefeito.


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