|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Posto tem de oferecer injeção de penicilina
DA REDAÇÃO
Uma das principais queixas ouvidas pela médica Maria Helena
Kiss, chefe da reumatologia pediátrica do Hospital das Clínicas
de São Paulo, é a não-aplicação de
injeções de penicilina benzatina
em postos de saúde da cidade.
Segundo ela, muitas mães só
conseguem injeção de penicilina
para seus filhos se forem a prontos-socorros, onde a aplicação é
autorizada por um médico.
"Em muitos postos de saúde, os
funcionários não querem aplicar
a injeção de penicilina, mesmo
com receita médica, por medo de
alguma reação alérgica", diz ela.
No Estado de São Paulo, uma
portaria de 1995 do Centro de Vigilância Sanitária, republicada em
2000, proíbe a realização de testes
alérgicos à penicilina em farmácias e drogarias, mas não a aplicação de injeções do antibiótico.
Segundo o Centro de Vigilância
Sanitária do Estado, tanto em
postos de saúde como em farmácias e hospitais podem ser aplicadas injeções de penicilina se houver um pedido médico.
De acordo com especialistas, a
penicilina é um dos medicamentos mais eficazes no tratamento
da doença e é considerado pela
Organização Mundial da Saúde e
pela Associação Americana de
Pediatria e Cardiologia o mais indicado em casos de faringites causadas pela bactéria estreptococo.
Como alternativa à penicilina,
existem outros tipos de antibiótico que podem ser tomados via
oral, mas são menos recomendados por médicos por causa do
preço e do alto índice de desistência durante o tratamento.
"Os remédios via oral têm sempre menor resultado. Em vez de
uma injeção, o tratamento com
sulfadizina [antibiótico] demora
dez dias", afirma a pediatra Maria
Odete Esteves Hilário.
O problema, diz ela, é que cerca
de 50% dos pacientes acabam suspendendo o uso do medicamento
antes do prazo, pois se sentem
melhor após os primeiros dias.
A pediatra afirma ainda que a
alergia à penicilina é rara.
Maria Helena partilha da mesma opinião e acredita que o receio
de alergias à penicilina seja excessivo. "Estudos mostram que somente de 0,04% a 2% dos pacientes tratados a longo prazo com penicilina sofrem reações graves."
Queixas sobre a aplicação de penicilina
podem ser feitas à Ouvidoria da Secretaria da Saúde pelo tel. 0800-175717 (de 2ª
a 6ª, das 9h às 17h)
Texto Anterior: Saúde: Proteja as crianças da febre reumática Próximo Texto: Pesquisa inédita mostra relação entre doenças Índice
|