São Paulo, Sábado, 24 de Julho de 1999
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Vítima se recusa a devolver veículo

free-lance para a Folha

As vítimas Ariovaldo Quaresma, 79, e William Ladeira Rangel, 20, compraram dois Palios anunciados em classificados.
Quaresma viu, em um jornal, o anúncio de um Fiat Palio ELX 99, modelo 2000 e fechou o ""negócio". Pagou a quantia estipulada pelo carro à vista, chegou a levá-lo para casa e, dois dias depois, foi procurado pela polícia.
Agora, ele não quer devolver o automóvel. "A vítima do golpe é a concessionária. Não eu", comenta Quaresma, revoltado.
A história de Rangel é semelhante. Também se interessou por um Fiat Palio ELX anunciado por R$ 13 mil. ""Achei o preço muito atraente, segui a orientação do "vendedor" e depositei a quantia em duas contas bancárias de pessoas diferentes. Retirei o carro na autorizada Autosole. Depois, a polícia foi à minha casa".
Os dois envolvidos, por coincidência, leram o anúncio publicado por um suposto Otávio Neto, que se dizia dono de uma revenda Fiat e de um bingo.
Segundo Rangel, durante conversas pelo telefone, Neto dava como desculpa para o baixo valor do carro o fato de precisar de um contemplado para poder retirar o carro da fábrica com descontos.

"Central de negócios"
Os acusados pela polícia de fazer parte da quadrilha foram presos após quatro meses de investigação. A suspeita começou com a denúncia de um morador de Mogi Guaçu, a 167 km da capital.
Foi em uma chácara dessa cidade que os investigadores encontraram o "escritório" onde eram realizadas as ""negociações".
A polícia diz ter encontrado junto com os indiciados sete celulares, papéis impressos com logomarcas de montadoras como General Motors e Mercedes-Benz, cadernos com nomes de possíveis vítimas, calculadoras, aparelho de fax, pager e, ainda, rascunhos de anúncios a serem publicados.
Os celulares apreendidos têm linhas habilitadas na capital, no interior paulista e no Rio.
Segundo o delegado Manoel Camassa, os acusados foram indiciados (acusados formalmente) sob acusação de formação de quadrilha, estelionato e corrupção ativa, podendo ser condenados a oito anos de prisão.



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