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Vítima se recusa a devolver veículo
free-lance para a Folha
As vítimas Ariovaldo Quaresma, 79, e William Ladeira Rangel,
20, compraram dois Palios anunciados em classificados.
Quaresma viu, em um jornal, o
anúncio de um Fiat Palio ELX 99,
modelo 2000 e fechou o ""negócio". Pagou a quantia estipulada
pelo carro à vista, chegou a levá-lo
para casa e, dois dias depois, foi
procurado pela polícia.
Agora, ele não quer devolver o
automóvel. "A vítima do golpe é a
concessionária. Não eu", comenta Quaresma, revoltado.
A história de Rangel é semelhante. Também se interessou por
um Fiat Palio ELX anunciado por
R$ 13 mil. ""Achei o preço muito
atraente, segui a orientação do
"vendedor" e depositei a quantia
em duas contas bancárias de pessoas diferentes. Retirei o carro na
autorizada Autosole. Depois, a
polícia foi à minha casa".
Os dois envolvidos, por coincidência, leram o anúncio publicado por um suposto Otávio Neto,
que se dizia dono de uma revenda
Fiat e de um bingo.
Segundo Rangel, durante conversas pelo telefone, Neto dava
como desculpa para o baixo valor
do carro o fato de precisar de um
contemplado para poder retirar o
carro da fábrica com descontos.
"Central de negócios"
Os acusados pela polícia de fazer parte da quadrilha foram presos após quatro meses de investigação. A suspeita começou com a
denúncia de um morador de Mogi Guaçu, a 167 km da capital.
Foi em uma chácara dessa cidade que os investigadores encontraram o "escritório" onde eram
realizadas as ""negociações".
A polícia diz ter encontrado
junto com os indiciados sete celulares, papéis impressos com logomarcas de montadoras como General Motors e Mercedes-Benz,
cadernos com nomes de possíveis
vítimas, calculadoras, aparelho de
fax, pager e, ainda, rascunhos de
anúncios a serem publicados.
Os celulares apreendidos têm linhas habilitadas na capital, no interior paulista e no Rio.
Segundo o delegado Manoel
Camassa, os acusados foram indiciados (acusados formalmente)
sob acusação de formação de
quadrilha, estelionato e corrupção ativa, podendo ser condenados a oito anos de prisão.
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