São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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Trecho entre as avenidas Paulista e Brasil é o pior

DA REPORTAGEM LOCAL

A queda no tempo geral da viagem no eixo da avenida Rebouças é motivada essencialmente pelo alívio dos engarrafamentos nas proximidades do túnel Jornalista Fernando Vieira de Mello -entre a Eusébio Matoso e a av. Brasil.
No trecho da av. Brasil à rua Oscar Freire e, em seguida, à av. Paulista, a situação do trânsito chega a ser pior que a de 16 meses atrás.
Esse caso reflete, em parte, uma previsão já alertada por críticos da obra: a passagem subterrânea seria, muitas vezes, uma forma de levar os carros de forma mais rápida ao próximo congestionamento. Ou seja, na região onde ela está, a fluidez tende a melhorar, mas, nos trechos seguintes, os automóveis voltam a ficar parados.
Ontem de manhã, a velocidade média de quem seguia da ponte Eusébio Matoso ao túnel recém-inaugurado, na altura da Faria Lima, era de 36,7 km/h, contra 9,8 km/h na medição do ano passado.
Esse ganho, entretanto, acabava minimizado no trecho da rua Oscar Freire à av. Paulista, cuja velocidade média era de 12,2 km/h, quase metade dos 21,8 km registrados na aferição antes da obra.
Essa situação pode servir de dica aos motoristas que vão ao centro, que devem tentar buscar vias paralelas alternativas, como as ruas Bela Cintra, Augusta e Gabriel Monteiro da Silva, para driblar os trechos mais complicados.
Essa piora da lentidão em alguns momentos nesse trecho de 1,85 km da avenida Brasil à Paulista se dava apesar da presença de fiscais da CET na via ter aumentado depois da abertura do túnel sob a Faria Lima e da inauguração do corredor de ônibus à esquerda.
Valtair Ferreira Valadão, 54, que trabalha na CET há 28 anos e que hoje é gestor de trânsito da região central, conta que a média de marronzinhos ao longo da avenida Rebouças, que sempre esteve próxima de 20 a 25, atualmente já passa de 35. Valadão foi um dos funcionários da empresa a acompanhar a medição da velocidade e dos tempos de viagens.
"O que aconteceu? Tem algum acidente? Não? Tem certeza? OK", perguntava no rádio aos outros operadores, tentando, sem sucesso, sugerir alguma medida que reduzisse a lentidão nesse trecho.
A mesma preocupação teve Antonio Carlos Vieira, 18 anos de CET e segundo a fazer a medição com a reportagem. Além de deparar com trânsito parado, às 1hh38, na entrada do túnel Jornalista Fernando Vieira de Mello, sentido bairro-centro, logo em sua primeira viagem, Vieira também repetia os questionamentos de Valadão ao rádio. "Tem certeza que não há nada. Tira quatro ou cinco [segundos] do semáforo da Brasil", orientava ele, sem conseguir, mesmo assim, diminuir os engarrafamentos até a av. Paulista.

Tendência
A lentidão nesse trecho é agravada pelo entrocamento com a Gabriel Monteiro da Silva. Valadão diz que até as obras de enterramento da fiação aérea -que bloqueiam as calçadas, e não as vias- também podem prejudicar essa fluidez.
Ele reconhece que a tendência é de elevar os carros na Rebouças nas próximas semanas, porque ainda há motoristas optando pelos antigos trajetos alternativos, sugeridos na fase das obras.
Condições precárias das calçadas
Carros quebrados
Idosa quase atropelada.


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