FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local

O rodízio de veículos de dia inteiro (entre as 7h e as 20h), implantado pelo governo estadual para combater a poluição do ar, pode terminar amanhã definitivamente na Grande São Paulo.
A lei aprovada na Assembléia Legislativa em 1997 só previa a adoção do rodízio estadual por dois anos e sexta-feira é o último dia da restrição em 1998.
Três dos quatro principais candidatos ao governo paulista, na pesquisa Datafolha, têm propostas contrárias ao programa adotado por Mário Covas (PSDB) -o único que manteria o rodízio nos mesmos moldes.
Há candidato que defende o fim do rodízio antipoluição. Outros, mudanças nos horários e dias de implantação.
Em meio às incertezas para os próximos anos, os paulistanos voltam a encarar a partir de segunda-feira o rodízio municipal (entre as 7h e as 10h e entre as 17h e as 20h), com multa de R$ 76,88 para os infratores.

O que propõem
Paulo Maluf (PPB), líder na intenção de voto (32% no Datafolha), pensa em instituir o rodízio antipoluição apenas nos horários de pico caso seja eleito governador de São Paulo.
Francisco Rossi (PDT), com 21% na pesquisa, é radicalmente contra o rodízio. "Restringir a circulação das pessoas é uma mostra de que o Estado não teve competência para tratar a questão ambiental", diz.
A petista Marta Suplicy (com 13% da preferência do eleitorado) defende a adoção do rodízio apenas nos dias em que a poluição atmosférica atingir índices extremamente altos.
Somente o governador licenciado Mário Covas (PSDB), terceiro colocado no Datafolha (17%), manteria o rodízio de dia inteiro. Mas até ele afirma que pode mudar a metodologia da restrição. "Vamos estudar modificações para melhorar o programa nos próximos anos."
O rodízio estadual foi implantado pela primeira vez em 1995 -apenas uma semana, sem a aplicação de multa para os infratores. No ano seguinte, ainda sem multa, durou um mês.
Em 1997, já aprovado por lei estadual, foi implantado de junho a agosto. Este ano, a restrição começou em maio. Serão, ao todo, 100 dias úteis de rodízio.
Há um projeto de lei tramitando na Assembléia Legislativa, de autoria do deputado Ricardo Tripoli (PSDB), que prevê a implantação do rodízio em qualquer período do ano em que os índices de poluição apontarem riscos à saúde. Mas é preciso o apoio do futuro governador para aprovar a proposta -que, segundo o próprio Tripoli, só deve ser votada em 1999.



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