São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2005

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EDUCAÇÃO

Governador diz que paralisação, prevista para hoje, não tem respaldo no magistério e que sindicato virou "braço do PT"

Alckmin vê ato político em greve de professor

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou se tratar de um ato apenas político a greve dos professores da rede estadual anunciada para hoje pela Apeoesp (sindicato da classe).
Na opinião do tucano, a decisão de paralisação não tem apoio entre os professores. "Não vai haver greve. É um movimento político, sem o menor respaldo no magistério, e que está propalando inverdades. Infelizmente, a Apeoesp virou um braço do PT", disse o governador, após votar no referendo ontem, no colégio Santo Américo, no Morumbi (zona oeste de São Paulo).
Para Alckmin, não há justificativa para a greve, que foi decidida na sexta-feira em assembléia realizada no vão-livre do Masp.
Segundo o governador, já foi retirada da Assembléia Legislativa a proposta do governo que previa que professores e servidores temporários fossem contratados por seis meses. Após esse período, o servidor teria de ficar dois anos fora da rede. O governo preferiu recuar para reavaliar a medida, depois dos protestos da categoria.
O sindicato dos professores chegou a um número de 120 mil possíveis demissões com a primeira alteração proposta pelo governo para os servidores temporários. A Apeoesp quer que a proposta nem sequer seja reestudada e, por isso, mantém a decisão de greve.
"Ninguém será demitido. Se o direito não está sendo questionado e se não há proposta na Assembléia, por que prejudicar os alunos?", disse Alckmin.
O governador acrescentou que não tomará nenhuma medida para garantir o dia letivo dos alunos da rede estadual hoje e afirmou "acreditar no bom senso".
Na nota oficial enviada à imprensa anteontem pela Secretaria da Educação, o governo afirmou que a outra reivindicação dos grevistas -a admissão dos professores aprovados em concurso em 2003- também será atendida.
Às 10h de hoje, o secretário da Educação, Gabriel Chalita, fará teleconferência sobre a proposta do Estado, a valorização da carreira do magistério e como o governo pretende promover por fim a efetivação dos docentes aprovados no concurso de 2003.
A nota afirma que, dos 49 mil professores aprovados naquele ano, 30 mil já estão efetivados; os outros 19 mil deverão ser "efetivados em breve".
Segundo Alckmin, essa efetivação se dará até fevereiro de 2006, quando começa o próximo ano letivo. Neste ano, mais 15 mil professores da primeira à quarta série do ensino fundamental, filosofia e educação física foram aprovados e esperam por vagas no Estado.


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