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EDUCAÇÃO
Governador diz que paralisação, prevista para hoje, não tem respaldo no magistério e que sindicato virou "braço do PT"
Alckmin vê ato político em greve de professor
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou
se tratar de um ato apenas político
a greve dos professores da rede estadual anunciada para hoje pela
Apeoesp (sindicato da classe).
Na opinião do tucano, a decisão
de paralisação não tem apoio entre os professores. "Não vai haver
greve. É um movimento político,
sem o menor respaldo no magistério, e que está propalando inverdades. Infelizmente, a Apeoesp
virou um braço do PT", disse o
governador, após votar no referendo ontem, no colégio Santo
Américo, no Morumbi (zona oeste de São Paulo).
Para Alckmin, não há justificativa para a greve, que foi decidida
na sexta-feira em assembléia realizada no vão-livre do Masp.
Segundo o governador, já foi retirada da Assembléia Legislativa a
proposta do governo que previa
que professores e servidores temporários fossem contratados por
seis meses. Após esse período, o
servidor teria de ficar dois anos
fora da rede. O governo preferiu
recuar para reavaliar a medida,
depois dos protestos da categoria.
O sindicato dos professores chegou a um número de 120 mil possíveis demissões com a primeira
alteração proposta pelo governo
para os servidores temporários. A
Apeoesp quer que a proposta
nem sequer seja reestudada e, por
isso, mantém a decisão de greve.
"Ninguém será demitido. Se o
direito não está sendo questionado e se não há proposta na Assembléia, por que prejudicar os
alunos?", disse Alckmin.
O governador acrescentou que
não tomará nenhuma medida para garantir o dia letivo dos alunos
da rede estadual hoje e afirmou
"acreditar no bom senso".
Na nota oficial enviada à imprensa anteontem pela Secretaria
da Educação, o governo afirmou
que a outra reivindicação dos grevistas -a admissão dos professores aprovados em concurso em
2003- também será atendida.
Às 10h de hoje, o secretário da
Educação, Gabriel Chalita, fará teleconferência sobre a proposta do
Estado, a valorização da carreira
do magistério e como o governo
pretende promover por fim a efetivação dos docentes aprovados
no concurso de 2003.
A nota afirma que, dos 49 mil
professores aprovados naquele
ano, 30 mil já estão efetivados; os
outros 19 mil deverão ser "efetivados em breve".
Segundo Alckmin, essa efetivação se dará até fevereiro de 2006,
quando começa o próximo ano
letivo. Neste ano, mais 15 mil professores da primeira à quarta série
do ensino fundamental, filosofia e
educação física foram aprovados
e esperam por vagas no Estado.
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