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São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2003

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Falta conscientização, diz dirigente

DA REPORTAGEM LOCAL

"O agressor vai continuar livre, molestando outras mulheres." A afirmação, feita por Márcia Beccelli Salgado e repetida por outras delegadas das DDMs (Delegacias de Defesa da Mulher) de São Paulo, é a principal arma para convencer as vítimas de estupro a fazer a denúncia contra o agressor.
"O caminho é a conscientização. O resultado pode ser frustrante, mas não há outro jeito", disse Márcia Salgado, dirigente do setor técnico de apoio às DDMs no Estado de São Paulo.
Segundo ela, não há como evitar sofrimentos -a vítima vai ter de fazer o retrato falado, terá de repetir várias vezes os detalhes do crime e fazer o reconhecimento de suspeitos. "Os detalhes que a vítima tenta apagar são justamente do que a polícia precisa para obter a condenação do autor."
Márcia Salgado defende a legislação que prevê a necessidade de consentimento da vítima para instaurar o inquérito. "O estupro é um crime que depende muito das informações da vítima. Sem a colaboração, fica muito difícil."
Ela contesta ONGs que apontam falta de estrutura do Estado. "Alegar que não existe nada com tratamento diferenciado não é verdade." A dirigente citou o projeto Bem-Me-Quer, um serviço com médicos, psiquiatras e outros profissionais de saúde que atende vítimas de estupro na Grande São Paulo. "Esse sistema precisa ser estendido", disse.



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