São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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IGREJA

Decisão cabe recurso; religioso já teve outra condenação

Frade é condenado em Goiás por ter abusado sexualmente de menores

DA AGÊNCIA FOLHA

A Justiça de Anápolis (57 km de Goiânia) condenou um frei a 14 anos e oito meses de prisão em regime fechado pela acusação de ter abusado sexualmente de um garoto de 13 anos e de outro de cinco anos entre setembro de 2001 e maio de 2002.
Tarcísio Tadeu Sprícigo, 47, está preso em Agudos (interior de SP), onde foi condenado pelo mesmo tipo de delito. Cabe recurso.
A decisão da juíza Ana Maria Rosa Santana, da comarca de Anápolis, no último dia 18, considerou o depoimento das vítimas. "Eles estavam muito seguros, usaram o linguajar próprio do meio em que vivem e, pela idade, não tinham censuras para contar."
A juíza teve acesso à cópia de um diário atribuído a Sprícigo, em que detalha o envolvimento com garotos, mas não pôde usá-lo como prova.
"A polícia técnica de São Paulo constatou que quem escreveu o diário foi o acusado, mas a perícia de Goiás não pôde confirmar a grafia por meio de fotocópia. Para evitar anulação da sentença, já que estaria usando uma prova emprestada de outro processo [de Agudos], não a inclui", afirmou.
Sprícigo era pároco da capela São Pedro Apóstolo, em Anápolis, quando conheceu a primeira vítima. O garoto, então coroinha da igreja, de 13 anos foi convidado a morar com o religioso, em setembro de 2001. Em depoimento, o adolescente contou que o frei masturbava-se em suas pernas. Em julho de 2002, o garoto foi encontrado bêbado pela mãe, que denunciou o fato à polícia.
A criança de cinco anos começou a ser assediada em abril de 2002, quando começou a ter aulas de violão com o denunciado. O menino contou que, durante as aulas, o frei o beijava, tirava suas calças e o colocava de joelhos, tentando fazer sexo anal com ele.
A reportagem não conseguiu localizar o advogado de Sprícigo ontem. Ele nega todas as acusações, que atribuiu à "imaginação fértil e criativa de dois adolescentes inspirados", dizendo ainda que "a inteligência das crianças se assemelha muito à de um imbecil adulto". Sua defesa também alegou falta de provas.


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