São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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PF ouve controladores e não fala em culpa

Treze profissionais que acompanharam o Legacy de SP até o choque com o Boeing da Gol deram depoimento sobre caso

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de ouvir os 13 controladores de vôo que acompanharam a trajetória da aeronave Legacy de São José dos Campos, no interior de São Paulo, até o seu choque com o Boeing da Gol, na divisa entre os Estados do Pará e Mato Grosso, a Polícia Federal entende que ainda não é possível falar em crimes nem definir responsabilidades em relação ao maior desastre aéreo da história do país, que deixou 154 mortos.
Os controladores foram ouvidos ao longo dos quatro últimos dias pelo delegado Rubens Maleiner. Ele substitui interinamente o presidente da investigação, Renato Sayão, que se encontra em licença médica.
Para a Polícia Federal, há várias etapas a ultrapassar antes de apontar eventuais indiciamentos. É preciso definir, por exemplo, se é necessário ouvir outros três controladores de vôo que trabalhavam em Manaus, de onde decolou o Boeing da Gol rumo a Brasília, no dia 29 de setembro, dia do acidente.

Pilotos americanos
Também estão pendentes os depoimentos dos pilotos do Legacy, os norte-americanos Joseph Lepore e Jean Paul Paladino, cujos passaportes foram apreendidos por ordem judicial para que eles não deixem o país antes que todos os fatos relativos ao acidente sejam esclarecidos.
Além disso, a Polícia Federal pretende se concentrar, nos próximos dias, na análise das informações que constam das caixas-pretas do Legacy e do Boeing da Gol. Esse material foi entregue à Polícia Federal apenas anteontem pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), mediante ordem judicial.
Nos depoimentos de ontem, ficou confirmado que as sete tentativas de contato com o jato Legacy foram feitas por procedimento padrão de perda de rádio, sem que houvesse desconfiança sobre a altitude da aeronave.
Isso porque os consoles podem registrar a altitude aproximada do avião ao lado da altitude prevista no plano de vôo, o que é considerado um fator que induziu a uma falha do controle.


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