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Em AL, trabalho
supera ação
do governo
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
As 2.500 crianças de São José da
Tapera (AL) que nascem acompanhadas pela Pastoral da Criança vivem uma realidade oposta às
3.500 que dependem de ações da
prefeitura e do governo federal.
Em meados da década 90, quando a Pastoral da Criança já atuava
na cidade, a diferença nos atendimentos já era notória. À época, a
cada mil crianças nascidas vivas
no município e que não contavam
com a colaboração da pastoral,
147 morriam antes de completar
um ano. Já o índice de mortalidade infantil para as crianças atendidas pela pastoral era de 73.
Os índices vêm diminuindo,
mas a enorme desigualdade ainda
prevalece dentro de um município de apenas 27.562 habitantes e
localizado a 240 km de Maceió.
Em 2000, segundo dados da
Pastoral da Criança, o índice de
morte de bebês atendidos pela
instituição ficou em 2,10 a cada
mil nascidos vivos. Enquanto no
restante da cidade o patamar de
mortalidade infantil chegou a um
índice de 65,94. Em 2001, estima-se que o índice da pastoral fique
em 1,6 -o da prefeitura deve ficar
em 38. A média do Brasil é de 34
mortes a cada mil crianças.
De acordo com a coordenadora
da Pastoral da Criança de Alagoas, Ivone Azevedo, 46, as crianças sobrevivem apenas por meio
de ações básicas de saúde. A principal forma de combate à mortalidade é uma máquina de multimistura -que tritura alimento à
base de sementes, de cereais e de
folhas a serem acrescentados na
alimentação, muitas vezes composta por farinha e água.
Os trabalhos para a diminuição
da mortalidade infantil no município são feitos por várias instituições -prefeitura, organizações
não-governamentais, governo federal, diocese e pastoral.
Para a prefeitura da cidade, as
ações sociais do governo federal,
como o PSF (Programa Saúde da
Família), têm auxiliado na melhoria dos índices, que continuam
entre os piores do país.
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