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PACOTE DE FIM DE ANO
Segundo Marta, receitas adicionais não serão suficientes para resolver os problemas mais urgentes
Vai faltar dinheiro em 2003, diz prefeita
DO "AGORA"
DA REDAÇÃO
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), disse ontem que
precisa de R$ 13 bilhões para resolver as questões mais urgentes
de São Paulo. O Orçamento da cidade é de R$ 10 bilhões. Os projetos de receitas adicionais que estão tramitando na Câmara (taxa
do lixo, taxa da luz, novo IPTU,
nova taxa do comércio), segundo
Marta, proporcionarão mais R$ 1
bilhão. Faltam ainda R$ 2 bilhões.
Em razão disso, muitos problemas da capital vão ser apenas parcialmente atendidos. Por exemplo, em 2003, a prefeitura planeja
atender 62 mil famílias que vivem
em favelas, o que representa menos de um quarto do total.
Casos como o da favela Paraguai, que se incendiou no último
sábado, deixando 1.342 desabrigados, e o da favela Zaki Narchi,
destruída ontem pelo fogo, podem continuar a ocorrer sem encontrar solução satisfatória.
"O máximo que podemos é dar
um colchão e uma cesta básica, levar para um abrigo, incluir quem
tem filho no programa de renda
mínima, abraçar a pessoa e chorar
junto", afirma Marta.
Segundo a prefeitura, 31% do
Orçamento vai para a educação,
18% para o funcionalismo, 15%
para saúde e 13% para o pagamento da dívida da cidade. Sobram 23% para todo o resto -o
que inclui habitação, lixo, transporte, cultura, esportes etc.
Balanço
A prefeita apresentou ontem
um balanço dos seus dois primeiro anos de mandato e disse que
considera muito positivo o que já
foi feito até agora.
"Ultrapassamos barreiras que
duravam uma década com o novo
Plano Diretor e as subprefeituras." Ela diz ainda que está pagando as dívidas deixadas pelo ex-prefeito Celso Pitta e pondo as finanças em ordem.
Marta crê que os principais
avanços que trouxe à cidade estejam na área administrativa. Eles
não seriam percebidos rapidamente pela população.
Na área social, Marta diz que
criou o maior programa do mundo, com 260 mil famílias incluídas
nos programas municipais.
Na educação, a prefeita conta
que está atendendo 78.886 alunos
a mais do que eram atendidos em
2000. "Na saúde, controlamos a
dengue e temos 688 equipes no
Programa Saúde da Família", diz.
Dois dos principais objetivos
para 2003 já deveriam ter sido
realizados: os CEUs (Centros
Educacionais Unificados) e o novo sistema de transportes. Marta
planeja entregar, em meados de
2003, 18 dos 21 primeiros CEUs.
Nessa época, espera ver o novo
sistema de ônibus funcionando.
A prefeitura aponta bons resultados na gestão dos recursos. São
destacados como exemplos disso
o pagamento antecipado do 13º
do funcionalismo e a renegociação e a pontualidade nos pagamentos aos fornecedores.
A prefeita anunciou também a
aprovação pelo comitê de empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
do projeto paulistano de recuperação da região central. Serão US$
100 milhões a partir do próximo
ano. A contrapartida da cidade
será de US$ 66 milhões.
A prefeitura diz que, para conseguir mais dinheiro, serão intensificadas as negociações com o
governo federal para a redistribuição de recursos aos municípios -quer também que parte da
parcela paga pela dívida com o
governo federal retorne para investimentos específicos. Aponta
ainda como fonte de recursos financiamentos internacionais.
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