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MORTE DA MODELO
Walfrido dos Mares Guia, indicado para a pasta de Turismo, foi citado em depoimentos, segundo a Promotoria
Futuro ministro será intimado a depor
LEONARDO WERNER
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM
BELO HORIZONTE
O Ministério Público de Minas
Gerais vai intimar o deputado federal Walfrido dos Mares Guia,
ministro indicado para a pasta de
Turismo, o vice-governador mineiro Newton Cardoso e o chefe
da Casa Civil do Estado, Henrique
Hargreaves, a deporem sobre o
caso da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, achada morta em
um flat de luxo de Belo Horizonte
em agosto de 2000.
Os nomes de Newton e de Hargreaves já tinham sido divulgados
anteriormente na lista de pessoas
que mantiveram contato com a
modelo. Walfrido, do PTB, foi
mencionado em depoimentos na
semana passada, segundo a assessoria do Ministério Público.
O Ministério Público diz que as
pessoas que serão ouvidas não
são suspeitas e apenas prestarão
esclarecimentos sobre o relacionamento com Cristiana. ""Não há
ninguém suspeito [entre os políticos", afirmou o promotor Luiz
Carlos Costa.
Será chamada também a mulher do futuro ministro. A Promotoria disse que, em depoimentos,
familiares da modelo disseram
que ela vinha sendo ameaçada
por uma mulher enciumada.
A modelo, diz a família, suspeitava que a mulher seria Sheila
Emrich dos Mares Guia, casada
com Walfrido.
As informações foram confirmadas pelo promotor Costa ontem. As pessoas serão chamadas
para depor em janeiro.
Cristiana foi encontrada nua em
um apart-hotel. Suspeita-se que
era garota de programa e que
mantinha relações com políticos e
empresários de Minas Gerais.
No último dia 11, por exemplo, o
presidente da Cemig (Companhia
Energética de Minas Gerais),
Djalma Bastos de Morais, também foi chamado para depor. Ele
alega ter conhecido a modelo por
meio do irmão da moça, funcionário da estatal.
O caso foi reaberto há quase
dois meses. Inconformada com o
desfecho do inquérito da Polícia
Civil, que apontou suicídio por
envenenamento como causa da
morte, a família da modelo levou
o caso à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.
A ação despertou o interesse da
Promotoria, que assumiu as investigações. Segundo o advogado
da família, Rui Caldas Pimenta, o
inquérito sofreu adulteração para
não citar pessoas influentes.
A Promotoria informou que um
documento que citava Hargreaves, Walfrido e o presidente da
Cemig foi alterado. Tratava-se de
depoimento do irmão da modelo
que citava os políticos como conhecidos dela. A versão entregue
à Promotoria omitia os nomes.
Na semana passada, o corpo foi
exumado. O perito Roberto Pereira Campos, da Universidade Federal de Minas Gerais, disse ter
encontrado indícios de que a moça foi agredida no dia da morte.
Reinaldo Pacífico, ex-namorado da modelo, é considerado o
primeiro suspeito. Ele prestou depoimento na semana passada e
negou as acusações da família de
Cristiana de que era agressivo
com ela. A Polícia Civil ainda sustenta a versão de suicídio.
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