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Para médicos do Amazonas, falta investimento
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Médicos amazonenses apontam
a falta de investimentos no tratamento secundário, que são as cirurgias em hospitais, e a prioridade para o atendimento emergencial como causa da deficiência de
leitos no Amazonas (1,59 por mil
habitantes).
Segundo o Sindicato dos Médicos, o governo do Amazonas
priorizou no projeto de revitalização da saúde (que entre 2001 e
2002 gastou R$ 600 milhões) o
atendimento de emergência. Só
em Manaus há dois prontos-socorros para adultos e três para
crianças. Para internações como
resultado de cirurgias, a população que precisa da rede pública
estadual segue para os hospitais
Francisca Mendes, que tem cerca
de 180 leitos e não foi integrado ao
SUS, e Adriano Jorge -com
300-, que está em reformas.
O presidente do sindicato, o
médico Edson Ramos, diz que há
desativação de hospitais no interior, onde unidades passaram por
reformas, mas em cerca de 31 as
obras estariam inacabadas. "O
Amazonas tem uma deformidade
no sistema de saúde porque foi
montado em cima das unidades
de emergência, que já funcionam
razoavelmente. Resultado: nós
não temos leitos", disse Ramos.
A Agência Folha procurou a Secretaria Estadual de Saúde, mas
até a conclusão desta edição não
houve respostas às perguntas enviadas para a sua assessoria.
Com o Adriano Jorge, considerado o maior complexo de cirurgias no Estado, fechado, a população procura internação no Hospital Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, que tem
apenas 200 leitos. Mais de 400
pessoas estão na fila de internação, sendo 200 para fazer cirurgias de hérnia e 170 para vesícula.
"O Getúlio Vargas não dá conta
da demanda. O atendimento secundário é muito precário no Estado", disse Jorge Medonça, vice-diretor do Getúlio Vargas. "Isso
sobrecarregou o atendimento secundário porque o governo não
investiu adequadamente. Direcionou a saúde de uma forma
equivocada", afirmou.
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