São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

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Garota de 13 anos acusa 5 homens de estupro

Crime teria ocorrido em Ocauçu, interior de SP; em Mairinque, polícia investiga suspeita de exploração sexual de adolescentes

Em Catanduva, professores da USP e da UFSCar vão treinar docentes da rede municipal a ajudar crianças vítimas de abuso


DA AGÊNCIA FOLHA
DA FOLHA ONLINE
DA FOLHA RIBEIRÃO

Uma garota de 13 anos denunciou à Polícia Civil que foi estuprada por cinco homens -um deles um adolescente de 16 anos. Ela relatou que a agressão foi gravada e que as imagens circulam em Ocauçu, município de 4.180 habitantes a 427 km de São Paulo.
Após a denúncia, a PM apreendeu o celular de um dos suspeitos, onde foi achado um vídeo em que a garota aparece fazendo sexo com os cinco.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado no dia 5 deste mês, a jovem foi estuprada no dia 28 de fevereiro.
Ela conhecia ao menos dois agressores. Segundo a Secretaria da Segurança, a garota relatou que foi levada por um adulto, que já conhecia, à casa do adolescente. Ela teria dito que já havia feito sexo com o rapaz.
Na casa, ela teria sido obrigada a fazer sexo com os cinco.
A Polícia Civil instaurou inquérito e pediu à Justiça a prisão dos quatro adultos. Segundo a SSP, o pedido de prisão foi negado pela Justiça. O adolescente de 16 anos foi encaminhado à Fundação Casa.
O celular com o vídeo foi enviado para a perícia. O laudo sobre o estupro ainda não ficou pronto, segundo a secretaria.

Outros casos
O caso de Ocauçu é apenas mais um de suspeita de abuso e exploração sexual em São Paulo. A Polícia Civil investiga um suposto esquema de exploração sexual de adolescentes em Mairinque (71 km de SP). Cinco homens são suspeitos de integrar uma rede de pedofilia. Os nomes não foram divulgados. O caso está sob sigilo.
Um dos suspeitos está preso. A prisão dos outros quatro foi pedida pelo delegado que investiga o caso, Alexandre Cassola. Segundo a Secretaria da Segurança, há contra o grupo suspeitas de estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores. Segundo denúncias feitas à policia, o grupo realizava festas com adolescentes.
Já em Catanduva, onde a polícia investiga a atuação de uma rede de pedofilia que já teria vitimado 46 crianças, professores das faculdades de psicologia da USP de Ribeirão Preto e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) vão treinar professores da rede municipal a identificar crianças vítimas de violência e a lidar com elas.
As duas faculdades são credenciadas no programa Escola que Protege, do MEC, que solicitou a ajuda dos especialistas.
"Sabendo das dificuldades na cidade [Catanduva], eles acionaram os integrantes do projeto na região", disse Sérgio Kodato, coordenador do Observatório da Violência e Práticas Exemplares, da USP.
A professora Lúcia Williams, da UFSCar, participa com mais outros três docentes de uma reunião, hoje, que vai detalhar a ação. "É uma situação especial, pois geralmente capacitamos os professores para identificar a violência. Neste caso, a violência já aconteceu e vamos ensinar a lidar com ela. Professor não pode investigar, pois não é polícia. Por isso, o caminho é a psicologia", disse.
A escola Nelson de Macedo Musa é onde estudam pelo menos 30 das 46 crianças apontadas como vítimas. Lá será instalada uma força-tarefa da prefeitura, que deve dar assistência social, de saúde e segurança às famílias. A ação foi pedida pela CPI da Pedofilia.
As investigações em Catanduva tiveram início em dezembro. Duas pessoas estão presas e dois jovens, apreendidos.


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