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JUSTIÇA
Ex-chefe de fiscais de Pinheiros ainda responde por 9 denúncias de concussão
TJ rejeita acusação de que fiscal lavava dinheiro
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
O Tribunal de
Justiça de São
Paulo rejeitou a
denúncia oferecida pelo Ministério Público de
acusação de crime de lavagem
de dinheiro contra o ex-chefe dos
fiscais da Regional de Pinheiros
Marco Antonio Zeppini.
A decisão unânime foi tomada
na última segunda-feira por três
desembargadores do TJ, que julgaram inepta -contraditória e obscura- a denúncia apresentada pelo Ministério Público.
Zeppini responde também a nove denúncias sob acusação de concussão (exigir vantagem para deixar de cumprir função pública).
O pedido de habeas corpus com
relação à denúncia de lavagem de
dinheiro foi feito pelos advogados
do escritório Mariz de Oliveira,
que alegaram falta de provas.
Com a decisão do TJ, a ação criminal, que já estava em andamento na 29ª Vara Criminal, é anulada.
De acordo com a assessoria de
imprensa do TJ, os desembargadores concederam o habeas corpus
"por julgar inepta a denúncia".
A assessoria informou que os desembargadores que votaram a
ação, Andrade Cavalcante, Fortes
Barbosa e David Haddad, não poderiam dar entrevista.
Segundo advogados consultados
pela Folha, juridicamente, a decisão do TJ significa que há erros ou
defeitos formais na apresentação
da denúncia. Com isso, a ação penal por crime de lavagem de dinheiro fica extinta.
O Ministério Público pode oferecer uma nova denúncia.
Concussão
As denúncias de concussão se referem a depoimentos de comerciantes que acusaram Zeppini de
exigir propina em troca da liberação de alvarás ou da regularização
de imóveis.
O ex-chefe dos fiscais está preso
desde 2 de dezembro, quando foi
flagrado recebendo R$ 30 mil de
uma comerciante que queria se livrar de multas sobre imóvel.
Para a promotoria, Zeppini era o
"tesoureiro" do esquema de propina da Regional de Pinheiros.
Em uma agenda apreendida com
ele, constam depósitos semanais
em suas empresas e em nome de
familiares. "Essa era uma forma de
camuflar o dinheiro recebido de
forma ilegal", disse o promotor
Gilberto Garcia.
O promotor, que foi informado
pela Folha sobre a decisão do TJ,
disse que vai esperar a comunicação oficial para se manifestar.
"Mesmo assim, a promotoria
tem o direito de oferecer uma outra denúncia por crime de lavagem
de dinheiro, com novas provas."
Outro lado
Um dos advogados de Zeppini,
Sérgio Alvarenga, afirmou que,
com a decisão do TJ, seu cliente
não é mais acusado por crime de
lavagem de dinheiro.
"A ação criminal fica extinta. A
denúncia apresentada pelo Ministério Público é inepta, ou seja, faltam provas", afirmou.
Segundo Alvarenga, a denúncia
oferecida é vazia e expõe seu cliente a uma situação de constrangimento ilegal.
Lixo
A Promotoria de Cidadania
abriu anteontem dois inquéritos
para apurar se houve crime de improbidade administrativa por parte dos funcionários públicos da
Regional da Sé e da Penha.
Fiscais dessas regionais afirmaram, em depoimento à polícia, que
recebiam propina para não fiscalizar as empresas de coleta e varrição de lixo, Enterpa e Vega.
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