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IMPEACHMENT
Tese de assessoria jurídica pode reduzir número de votos necessários para processo ir adiante
Comissão diverge na forma de votação
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Interpretações jurídicas levantaram
ontem pelo menos
três desdobramentos diferentes sobre
o processo de impeachment que o prefeito Celso
Pitta (PTN) sofre na Câmara de
São Paulo. Todos os desdobramentos envolvem os passos que a
comissão processante que analisa
o impeachment deverá adotar
após a apresentação de uma defesa do prefeito.
As divergências jurídicas surgem devido à possibilidade de a
comissão acatar a defesa e defender o arquivamento do processo
em cerca de 20 dias.
Desse risco surgiram cenários a
favor e contra o prefeito, a partir
das interpretações de um conselheiro da OAB-SP (Ordem dos
Advogados do Brasil) e de vereadores governistas e de oposicionistas, inclusive dos que integram
a comissão processante, de leis
que tratam dos passos do impeachment.
Desdobramento 1
Governistas e oposicionistas defendiam até a semana passada
que a defesa pode ser acatada por
maioria da comissão processante
(sete vereadores). Após essa etapa, havia consenso que a decisão
precisaria ser confirmada em plenário por maioria simples (metade mais um voto de um mínimo
de 28 vereadores presentes à sessão, no caso de São Paulo).
Se essa tese prevalecer, Pitta
precisa conseguir apoio de pelo
menos 24 vereadores para se livrar do risco de impeachment,
pois a oposição tem garantidos 23
votos contra ele.
A conta é a seguinte: se houver
só 47 vereadores em plenário e
houver 23 votos contra Pitta, prevalecerá a vontade de 24 parlamentares. Essa votação seria
aberta.
Desdobramento 2
O outro desdobramento possível surgiu de uma interpretação
da assessoria jurídica da comissão
processante e também foi discutida na reunião de ontem.
Para a assessoria, se a defesa de
Pitta for acatada, um mínimo de
37 vereadores tem de votar para
decidir a questão.
Por essa análise, também seriam precisos 37 votos Pitta se livrar do impeachment, feito matematicamente impossível.
Como a Câmara tem 55 vereadores e 23 votam contra Pitta, não
como o prefeitto conseguir os votos necessários para se livrar do
processo.
Desdobramento 3
Há ainda uma terceira interpretação, essa do conselheiro designado pela OAB-SP Edson Cosac Bortolai.
"Vamos ter de aguardar um estudo que pedimos à assessoria jurídica para discutir essa questão.
Não podemos nos manifestar
agora, pois essa comissão corre o
risco de gerar alguma nulidade do
processo", disse ontem a vereadora Ana Maria Quadros (PSDB),
presidente da comissão.
A próxima reunião da comissão
será amanhã, quando o assunto
voltará a ser discutido.
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