São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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Justiça de SP manda ex pagar pensão para grávida

Lei obriga suposto pai a pagar pensão mesmo sem comprovação de paternidade

Pela legislação, pagamento durante toda a gravidez se transforma em pensão alimentícia depois do nascimento da criança

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça de São Paulo concedeu liminar que obriga o ex-companheiro de uma recepcionista da capital a pagar pensão durante a gravidez sem que seja feito o exame de DNA para comprovar a paternidade. Segundo a Defensoria Pública, é o primeiro caso do Estado.
A decisão toma por base uma lei aprovada em 2008 (11.804/ 08) que permite ao juiz obrigar o suposto pai ao pagamento dessa pensão - chamada de "alimentos gravídicos"- sem a prova da paternidade.
No caso da recepcionista, a Justiça determinou o pagamento de meio salário mínimo (R$ 232,50) mensal.
A decisão é do final de março, quando a mulher estava grávida de sete meses -portanto, o ex-companheiro terá de pagar, no máximo, três parcelas até que ela tenha o bebê. A Justiça não localizou o homem para notificá-lo da decisão.
Para o juiz Afonso Braz, da 4ª Vara de Família e das Sucessões de Santana (zona norte), a recepcionista provou que o ex-companheiro, um professor, é mesmo o pai da criança que ela vem gerando.
A mulher apresentou a certidão de nascimento de um filho que eles já têm e disse não ter tido outro homem no período em que estiveram separados.
Segundo a defensora pública Gislaine Calixto dos Santos, responsável pelo caso, o casal ficou separado por três anos. Mas, nesse ínterim, voltaram a namorar e a morar juntos.
Quando descobriu que estava grávida, em outubro de 2008, contou para o companheiro, que a abandonou dias depois.
Pela lei, a pensão durante a gravidez torna-se automaticamente uma pensão alimentícia após o nascimento -também sem a necessidade de exame de DNA. Para comprovar que não é o pai, terá de pedir o teste.
Mesmo se exame provar que ele não é o pai, a mãe não é obrigada a devolver o dinheiro.
Ainda pela legislação, o juiz pode determinar o pagamento da "pensão gravídica" sem mesmo ouvir o suposto pai.
O professor não tinha advogado até a tarde de ontem, segundo a Defensoria Pública.


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