São Paulo, sábado, 25 de abril de 1998

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Comitê de oposição fará vigília

da Reportagem Local

O Comitê em Defesa de São Paulo -entidade que reúne sindicatos, centrais sindicais e partidos de oposição no pedido de impeachment do prefeito Celso Pitta- anuncia uma vigília na frente da Câmara, desde segunda-feira, para evitar que manifestantes pró-Pitta cheguem antes ao local.
O temor dos organizadores é que haja um confronto entre partidários de Pitta e manifestantes contrários, já que são esperados sambistas e fiéis de igrejas evangélicos desde a manhã de terça-feira.
"Esperamos que a manifestação seja pacífica e que a prefeitura não force uma situação para haver um confronto de povo contra povo, que não beneficia nenhuma das partes", afirma o líder do PT na Câmara, Adriano Diogo.
Na tarde do dia 28 deve ser encaminhado um pedido de cassação de Pitta por improbidade administrativa, elaborado pelos advogados Fábio Konder Comparato, Dalmo de Abreu Dallari e Goffredo da Silva Telles.
Pela Lei Orgânica do Município, o pedido de impeachment do prefeito tem de ser encaminhado e discutido pelo Legislativo. São necessários 37 votos para abrir o processo. Rebeldes e oposição somam 32 (entre 55 vereadores).
O prefeito Celso Pitta disse à Folha que não teme o pedido de impeachment e que considera o movimento pela sua saída articulado por "desocupados". "Não há sustentação por parte da população para que isso ocorra", afirma.
Vereadores dissidentes e da oposição, ao contrário, dizem que a saída do prefeito Celso Pitta é um desejo do eleitorado paulistano.
A preocupação dos organizadores do movimento contra o prefeito é que Pitta consiga mobilizar mais pessoas, por suas ligações políticas com escolas de samba e igrejas evangélicas.
Por isso, deve haver uma conjugação de "inimigos" do prefeito no ato, como ambulantes, perueiros, professores, funcionários públicos, motoristas e cobradores.
"Os aliados do prefeito tem o poder econômico para juntar quantas pessoas quiserem", afirma o dissidente Paulo Frange (PPB). "Mas quem ganha uma guerra não é o mais forte, e sim quem segue as suas razões."
Já há uma importante deserção no movimento "fora Pitta": Paulo Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Ele diz que teme que os rebeldes só queiram cargos no governo. Todos negam. (MRH)


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